Outros olhares para a dança contemporânea

Dança. Estética. Corpo em forma. Altíssimas doses de traquejo na execução de movimentos. A professora de dança de Nova Friburgo (RJ) Aline Velozo, radicada em Juiz de Fora desde 2014, vai na contramão desse estereótipo e dos padrões estabelecidos do que a dança é e como ela deve ser feita. Na oficina “E danço…”, que conta com financiamento da Lei Municipal de Incentivo à Cultura Murilo Mendes, a jovem profissional de 27 anos mostrará às mulheres, especialmente aquelas que nunca tiveram experiência com a dança, que é possível transformar suas vivências em movimentos que expressem sentimentos, sensações, emoções e frustrações. As inscrições podem ser realizadas até 30 de março pelo e-mail edancojf@gmail.com ou pela página facebook.com/edancojf.

Vidas transformadas por meio da dança uniram duas mulheres. Jacqueline de Paula, 32 anos, decidiu aos 28 largar a contabilidade para viver de dança. Já Aline, 27, iniciou seus estudos na área em 1996, no Grupo Tap Dance, em sua cidade natal. Em comum, elas têm o desejo de explorar o potencial pedagógico da dança e ir além de uma estética coreografada dos corpos. O encontro entre elas aconteceu na faculdade de Educação Física em uma instituição privada da cidade há cerca de três anos.

“Sempre conversamos sobre nossas experiências como professoras neste segmento. Ter um ‘espaço tempo’ para criar e trabalhar a consciência corporal é fundamental. Muitas mães de nossos alunos chegaram a nos dizer que gostariam de fazer dança, mas que não tinham corpo ou idade para isso”, explica Aline, que, aos 18 anos, tornou-se uma das 30 mulheres do Brasil contempladas com o Prêmio Cultura Hip-Hop do Ministério da Cultura. Atualmente, ela atua como professora de dança na Escola Internacional SACI.

Durante a oficina será desenvolvido contato e improvisação, composição de cena livre, entre outros processos em grupo. “Vamos usar como temáticas na aplicação dos exercícios questões do cotidiano dessas mulheres. Quantas poesias permeiam suas histórias?”, questiona a profissional que, em Juiz de Fora, já atuou como articuladora cultural de dança do programa social Gente em Primeiro Lugar (Funalfa/ACAV) e passou a dedicar-se à dança criativa, buscando um novo significado profissional para as práticas artísticas que desenvolvia em sua formação pedagógica. Por meio da Lei Murilo Mendes, Aline também executou no ano passado o projeto CriaDança, com oficinas e publicações sobre potencial educativo da arte do movimento.

Agora, a estudante de Educação Física e ex-aluna do Studio de Ballet Arte da Dança Jaqueline de Paula se une a Aline para que, juntas, possam colocar no palco, no fim da oficina, um espetáculo cuja cena construída reflita o cotidiano da mulher atual.

A primeira aula acontecerá no sábado, 1º de abril, no Espaço Estação Cultural (Praça Doutor João Penido, Rua Halfeld, 235, Centro). As demais serão ministradas nesse mesmo local toda sexta-feira, das 14h às 17h, e aos sábados, das 8h às 11h, até o fim de novembro. No anfiteatro do Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU/Zona Norte), as aulas serão mensais, sempre no último sábado de cada mês, com foco na produção de espetáculos.




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