Corpo de Bombeiros alerta sobre os cuidados com o armazenamento de botijão de gás

Um trabalhador autônomo de 74 anos fazia a manutenção no fogão industrial de um restaurante localizado na parte baixa da Rua São João, Centro, quando uma válvula de gás de um botijão apresentou um problema e lançou uma labareda diretamente sobre o homem, na tarde dessa sexta-feira, 20. De acordo com a assessoria do Corpo de Bombeiros, este ano, a corporação já registrou seis incêndios em locais comerciais ou industriais, cinco em residências e três vazamentos de gás.

No ano passado, foram contabilizados 145 incêndios em residências, 35 em comércios e indústria e 38 casos de vazamento de gás. “Normalmente, essas ocorrências estão ligadas a algum tipo de negligência ou imprudência, como esquecer um eletrodoméstico ligado na tomada. Outros casos que registramos, que poderiam ter sido a causa de algum incêndio, foram de superaquecimento de panela”, disse a assessora de comunicação do Corpo de Bombeiros, tenente Priscila Adonay. Segundo a militar, em 2016, foram registrados 35 casos de superaquecimento, e este ano foram dois.

Como aconteceu no caso de sexta-feira, o incêndio pode ser causado na hora da manutenção do equipamento, e também pela falta de conhecimento no manuseio. “Existe um período de durabilidade. A válvula de gás, por exemplo, tem o prazo de cinco anos. Mas independente do tempo, a pessoa tem que observar em que estado a válvula se encontra, pois pode ser desgastada mais rápido”, ressaltou a tenente.

O ambiente que o equipamento se encontra também pode aumentar o risco. “Se um botijão começar a vazar em um ambiente fechado, a falta de oxigênio faz com que o gás chegue mais rápido no grau de inflamabilidade. Se for baixo ou muito alto, não há chances de explodir, mas, entre essa margem, qualquer coisa, como o ato de ascender uma luminária, pode fazer com que o ambiente exploda”, explicou a militar.

AVCB

A tenente ressalta a importância do empreendedor ter o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) paraauxiliar na prevenção desses acidentes. A partir das características do local, serão determinadas ações de prevenção. “Os espaços de maior circulação e concentração de pessoas devem ter a maior atenção em relação à prevenção. Pois, se acontecer algum acidente, os freqüentadores saberão como sair daquele lugar”, disse Priscila.

O AVCB determina as medidas de segurança que serão instaladas nos locais destinados ao uso coletivo. “As normas são de segurança contra incêndio e pânico. Em pânico, o homem age através de seus instintos, dos seus cinco sentidos, por isso, há placas de sinalização iluminadas e o alarme é sonoro”, esclareceu a militar. O documento tem validade de cinco anos. Ela aconselhou que o empreendedor desse a entrada no pedido do documento antes da obra. “Qualquer dúvida, ele pode ligar para a gente”, acrescentou.

Segundo a militar, o alvará de funcionamento emitido pela prefeitura não supre a necessidade do AVCB. “Existem locais na cidade que funcionam sem o alvará, mas muitos estão com o pedido em andamento. O local é fechado? Só em caso de risco eminente a população. Porém o proprietário está assumindo o risco”, disse. O local que funciona sem a documentação é advertido. Depois de receber a segunda notificação, se continuarem irregulares, ele é multado. “Realizamos vistorias de fiscalização todos os dias”, falou.

A região central da cidade tem sido a área que registra mais ocorrências. O Corpo de Bombeiros possui um equipamento conhecido como polígrafo de fogo e seu objetivo é traçar as áreas com mais riscos. “A região central abriga uma grande concentração de comércio e pessoas, e por consequência de risco. Nela, também está concentrada o maior número de processos de AVCB em andamento e daqueles que operam sem a documentação”, disse. Para coibir essa ação, a corporação realiza a Operação Alerta Vermelho. “Visitamos esses espaços e orientamos os proprietários e os frequentadores. Eles [consumidores] precisam saber que são agentes de cobranças”, falou.




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