Máquina de autorreparo que desafia os manuais evolucionista

Imagine uma rede de segurança bem projetada e com um programa de ação extremamente meticuloso. O corpo humano abriga um mecanismo de emergência de precisão finamente ajustado muito mais sofisticado que qualquer sistema robótico criado por engenheiros humanos. Trata-se da cascata de coagulação sanguínea, um processo que nos protege cotidianamente de ameaças mortais.

Quando um vaso sanguíneo se rompe, inicia-se uma reação em cadeia que se assemelha a um balé ou a uma orquestra, na forma de uma cadência molecular perfeitamente coreografada. Mais de uma dúzia de agentes especializados, conhecidos como “fatores de coagulação”, entram em cena em uma sequência temporal impecável. Cada um ativa o próximo, como uma fileira de dominós alinhados, culminando na criação de um coágulo de fibrina, uma rede forte o suficiente para estancar a hemorragia, mas porosa o bastante para permitir que os reparos comecem.

É um sistema dinâmico de checks and balances que possui interruptores de desligamento integrados que param o processo no momento exato, prevenindo que um simples corte desencadeie uma trombose fatal que obstrua toda a circulação.

Um dos aspectos mais incríveis é que a rede não pode funcionar com “meios-termos”, ou todos os agentes estão presentes e funcionais, ou o sistema fracassa, podendo não apenas falhar em seu propósito, mas causar danos irreparáveis.

Prova disso se verifica quando o sistema encontra-se danificado. Condições como a hemofilia oferecem uma visão trágica, porém clara, de suas consequências. Ou seja, a ausência ou defeito de um único fator de coagulação, apenas em uma peça do mecanismo que envolve outros mais de doze, é suficiente para colapsar toda a função. O dominó para de cair, e a hemorragia persiste. Essa fragilidade específica prova que cada componente do sistema é indispensável e que seu funcionamento só alcança propósitos se estiver integralmente constituído.

Essa dependência mútua, intrincada e absoluta levanta sérios questionamentos sobre a hipótese de que tal sistema poderia ter surgido de forma incremental.

A ciência convencional busca explicar a origem das complexidades biológicas através de acréscimos lentos e graduais. No entanto, quando aplicado a um sistema integrado, como é o caso da coagulação sanguínea, esse modelo enfrenta um impasse lógico fatal.

O que viria primeiro? Um coágulo parcial, mas inútil? Um mecanismo de coagulação hiperativo, mas mortal? E se faltasse um fator? E se não houvessem seus freios de segurança? O fato é que estágios intermediários não representariam um benefício, mas uma desvantagem evolutiva, sendo inúteis para estancar sangramentos ou perigosos por causar tromboses.

A pergunta é: como uma rede de componentes interdependentes, onde a função só existe quando todos estão presentes e integrados, pode ser montada peça por peça ao longo do tempo, se as partes solitárias não oferecem nenhuma vantagem para a sobrevivência?

A cascata de coagulação permanece como mais um dos incontáveis exemplos da complexidade integrada da vida. Ela é um sistema que exige uma precisão de engenharia que rivaliza com os mais avançados softwares de segurança. Sua existência, crucial para nossa sobrevivência, expõe a lógica e a intencionalidade que vão muito além do acidente.




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