Indicadores desenvolvidos pela Defesa Civil ampliam precisão na análise de riscos geológicos

Segundo informações do site da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF),  a Defesa Civil de Juiz de Fora, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano com Participação Popular (Sedupp), apresentou os resultados de um estudo inédito que estabelece a correlação entre índices pluviométricos e a ocorrência de deslizamentos no município. A pesquisa integra o livro “Indicadores de Risco de Desastres no Brasil”, lançado na quarta-feira, 19, e reforça o protagonismo da cidade na produção de conhecimento técnico voltado à gestão de riscos e prevenção de desastres.

O estudo, apresentado no capítulo 6, foi coordenado pelo subsecretário de Proteção e Defesa Civil, Luís Fernando Martins, e pela equipe técnica. Intitulado “Indicadores de Risco de Desastres: Correlação entre os índices pluviométricos e a ocorrência de deslizamentos no município de Juiz de Fora – MG”, o trabalho analisou dados de precipitação registrados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e ocorrências catalogadas pelo Sistema de Informações da Defesa Civil (Sisdec) entre os períodos chuvosos de 2019 a 2022. Ao todo, foram consideradas 932 ocorrências de deslizamentos, que permitiram a criação de indicadores precisos sobre como a chuva impacta a estabilidade das encostas no município.

Os resultados apontam que a maior parte dos deslizamentos está associada a chuvas intensas em 24 horas ou ao acúmulo de precipitação em 96 horas, que eleva progressivamente a saturação do solo. O estudo identificou limiares críticos de precipitação capazes de deflagrar movimentos de massa: entre 20 e 60 milímetros de chuva em 24 horas e entre 80 e 150 milímetros acumulados em 96 horas. Esses valores permitem definir áreas de baixa probabilidade de ocorrência e áreas com maior potencial de deslizamentos. A partir da curva de precipitação crítica elaborada no estudo, torna-se possível prever situações de risco com maior antecedência, auxiliando na tomada de decisão e no planejamento de ações preventivas.

O levantamento indica ainda que aproximadamente 30% das ocorrências registradas no período analisado se concentraram na Região Leste da cidade, área que combina relevo acidentado, urbanização crescente e episódios de chuva intensa. Com a consolidação dos indicadores, a Defesa Civil reforça o monitoramento das áreas mapeadas como suscetíveis e aprimora o sistema de alertas à população. O estudo também destaca que fatores geológicos e antrópicos, como infiltrações, lançamentos irregulares de água e ocupações em encostas, podem reduzir o volume de chuva necessário para desencadear deslizamentos, evidenciando a importância de ações integradas de prevenção.

A inclusão do estudo na publicação nacional representa um marco para o município, que avança na construção de políticas públicas baseadas em evidências e no fortalecimento da resiliência urbana. Os indicadores produzidos servirão de base para ajustes no Plano de Contingência e para o aprimoramento das estratégias de resposta, mitigação e preparação para o período chuvoso. Para a Defesa Civil, a consolidação desses dados amplia a capacidade de proteger vidas, promover educação preventiva e orientar a população sobre os riscos associados aos eventos hidrometeorológicos.

 




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