Segundo informações do site da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), o curta-metragem “Cadê minha filha, Bob?”, que já havia faturado dois prêmios no Festival Primeiro Plano, no fim do ano passado, acaba de ganhar, nesta semana, o prêmio especial do júri de Melhor Filme Internacional no Tamizhagam International Film Festival (edição de janeiro de 2025). O curta, realizado pelo Coletivo Grilla!, foi financiado pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage, por meio do Edital Murilão, do Programa Cultural Murilo Mendes. O roteiro e a direção é de Pri Helena, que certamente vive uma semana especial: a atriz juiz-forana está no elenco de “Ainda estou aqui”, do cineasta Walter Salles, indicado nesta quinta-feira (23), a três categorias do Oscar.
“O Grilla! é um coletivo feminista que reúne mulheres em posição de destaque: atrás das câmeras, na direção de produção, na direção de arte, na direção de cena, na direção de movimento, na direção de atores, na direção de fotografia. E, para a gente, é muito legal que esse projeto, que foi montado em Juiz de Fora, patrocinado pelo edital Murilo Mendes, esteja alçando voos tão grandiosos e saindo das nossas fronteiras nacionais’, comemorou Pri.
Segundo ela, é de extrema relevância “saber que o trabalho de artistas mulheres tão talentosas tem alcançado lugares tão legais, que a gente tem furado uma bolha. Principalmente porque o Grilla! começa com um grupo de artistas de teatro que se experienciam dentro desse cenário do audiovisual”, afirma Pri Helena.
“Cadê minha filha, Bob?” faz uma releitura do cinema noir, contando a história de Jhessy, uma serial killer que revisita memórias perturbadoras de sua infância, o que traz à tona a perversão e crueldade com que mata suas vítimas. No elenco, estão presentes, além de Pri Helena, Sol Mancini, Ari Teles, Sandra Emília, Débora Chaves, Rebeca Figueiredo, Angelica Joppert, Tairone Vale e Rapha Harley.
“A gente está muito feliz com esse prêmio. Particularmente, espero que ‘Cadê minha filha, Bob?’ possa ser exibido em vários outros lugares e que tenha o maior número possível de público. Foi um trabalho feito com muita honestidade, com muito empenho, com muito estudo e com muita dedicação de toda a equipe”, elogiou Pri Helena. “Quando vejo o filme ganhando esses lugares, o que mais me emociona é exatamente saber que é um trabalho que tem, realmente, o dedo de cada um que está na ficha técnica”, completa.
Rumo ao Oscar
Já sobre o anúncio, feito nesta quinta-feira (23), dos indicados ao Oscar, que colocou o longa brasileiro “Ainda estou aqui”, no qual ela atuou, não só entre os melhores filmes de língua estrangeira, mas entre os dez melhores filmes do mundo (além do reconhecimento à excelente atuação de Fernanda Torres), Pri Helena expressou muita emoção.
“Para o Brasil é uma vitória, né? Mas, para equipe que fez esse trabalho com tanta preciosidade, um filme que reúne tantos talentos, uma equipe com tanta vontade de fazer um trabalho bem feito, de que o Brasil pudesse se orgulhar, é muita emoção. Estou ainda sem palavras para poder descrever o que estou sentindo. É realmente algo histórico e muito lindo ter um filme falado em português no Oscar, representando o Brasil”, comoveu-se a atriz jui-forana.
“É uma indicação muito importante também para o cinema brasileiro, levar nossos talentos pra serem assistidos e reconhecidos internacionalmente. E, além de todas essas indicações técnicas, o maior prêmio a gente já ganhou, que é ter carregado a galera para o cinema outra vez, assistindo a um filme tão importante, com uma temática tão dura, um período tenebroso que muitas pessoas desconhecem ou acham que não existiu. Ter esse filme sendo assistido por tanta gente assim só reforça o poder da nossa democracia.”