Reduzir a morte materna em Minas é uma das prioridades do Governo do Estado e, para isso, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), realizou, nessa quinta-feira (26/9), no auditório da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), em Belo Horizonte, a primeira oficina Estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia.
A estratégia é uma das temáticas abordadas durante encontro, que teve início no dia 24/9, e busca discutir sobre a linha de cuidado materno-infantil e propor ações e intervenções pautadas no plano de enfrentamento à mortalidade materna, infantil e fetal no estado.
Segundo a diretora de Gestão da Integralidade do Cuidado da SES-MG, Lírica Mattos Pereira, o cuidado com a saúde da criança e da mulher deve ser pautado na integralidade, e envolve discutir todo o percurso dessa mulher na rede de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS) e, com isso, elaborar estratégias efetivas para evitar a mortalidade.
“Atualmente, em Minas, a razão de mortalidade materna é de 47.66 para 100 mil nascimentos e a meta é reduzir essa razão para 30 até 2027, considerando os compromissos firmados no Plano Estadual de Saúde e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) onde o Brasil é signatário. Durante esses três dias, foram abordados temas relacionados à linha de cuidado materna infantil, desde o planejamento reprodutivo e sexual, pré-natal, o parto e o nascimento e cuidado à criança”, explica.
A estratégia Zero Morte Materna é um termo de cooperação firmado entre a SES e a Opas, pensando em ações e estratégias nos territórios para a redução da mortalidade por hemorragia.
“Estão previstas ações de qualificação profissional em 27 instituições hospitalares, das macrorregiões de saúde do estado. Os consultores técnicos da Opas irão, junto com esses profissionais, realizar oficinas para a qualificação do cuidado e intervenções visando evitar óbito por hemorragia, sendo essa uma das principais causas de óbito materno no estado”, complementa Lírica.
A enfermeira e consultora de Saúde Materna da Opas, Ana Cyntia Baraldi, destaca que Minas Gerais é o primeiro estado que vai implantar a estratégia em todas as macrorregiões.
“Isso é inédito no país. A SES-MG está investindo realmente em fazer uma ação ampla, que olhe para os territórios, que capilarize as ações para que possamos ter um resultado bastante efetivo no final”, enfatiza.
Oficinas
A Estratégia Zero Morte Materna se organiza em oito oficinas, que serão distribuídas em 12 meses, para o acompanhamento dos indicadores. Serão trabalhados eixos estratégicos, como capacitação profissional, organização de rede, comunicação, entre outros.
“Essas ações buscam reduzir as mortes maternas no estado pela principal causa, que são as hemorrágicas. Vamos nos locais selecionados para dar treinamento e capacitação dos profissionais, trabalhar com vinculação da gestante, com a rede de sangue seguro, organizar o cuidado e, assim, alcançar o nosso objetivo”, conclui Ana Cyntia.
O encontro foi direcionado às referências técnicas das coordenações de Rede de Atenção à Saúde e das coordenações de Vigilância do Óbito das Unidades Regionais de Saúde, além de unidades setoriais estratégicas da secretaria que estão envolvidas, direta ou indiretamente, aos cuidados da mulher e da criança.
Linha de cuidado
A linha de cuidado materno infantil de Minas Gerais aborda todo o percurso da mulher da rede SUS, desde o planejamento reprodutivo ao pré-natal, o parto, o nascimento e acompanhamento da criança até um ano de idade.
Além do pré-natal do parceiro, pré-natal odontológico, saúde mental no ciclo gravídico e puerperal, cuidados paliativos neonatais e luto perinatal, que são temáticas pautadas na integralidade do cuidado.
O documento tem o objetivo de qualificar e orientar os profissionais de saúde, bem como os gestores municipais, para que organizem essa rede da melhor forma possível, pensando e interligando todos os pontos da rede de atenção, primária, especializada e hospitalar.
“A linha de cuidado é uma entrega do Projeto Aurora sendo um marco significativo na busca contínua por assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção segura e humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como a criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudável”, finaliza Lírica Mattos Pereira.
Fonte: Agência Minas