Depois de alguns anos passados em branco, a Academia Brasileira de Letras voltou a conceder o Prêmio Francisco Alves, destinado a especialistas em monografias de ensino elementar. A previsão do patrono é que a concessão fosse de cinco em cinco anos, mas por motivos diversos, inclusive a pandemia, isso não aconteceu nos últimos anos.
Por nossa sugestão, aprovada por unanimidade no plenário da ABL, o prêmio de 2023 foi atribuído à educadora Roberta Barreto, hoje Secretária de Estado de Educação e que foi também Secretária Municipal de Educação do município de Duque de Caxias.
Uma conversa com Roberta é altamente enriquecedora. Quando lembra os seus feitos no Governo Zito, uma ideia logo lhe vem à mente: o problema gravíssimo da alimentação escolar. As crianças das escolas municipais só tinham acesso à merenda uma vez por dia. Eram fundamentalmente desnutridas. Para tentar contornar o problema, a então Secretária deixava que tivessem acesso aos lixões da região, para aproveitar o que fosse possível, a título de alimentação.
Aí ela pára a descrição e os seus lindos olhos se enchem de lágrimas. “Não posso lembrar esse fato sem me comover novamente.” Isso porque, segundo ela, os seus cuidados resultaram no enriquecimento protêico dos seus alunos, o que dava para notar de um ano para o outro. E as lições de Darcy Ribeiro jamais saíram da sua cabeça.
As experiências vividas no serviço público têm o efeito de uma autêntica monografia, com ênfase no ensino fundamental. Como agora vai se dedicar, com cuidados especiais, à valorização do ensino da Matemática, numa inteligente parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola. Os alunos serão grandemente beneficiados com o aperfeiçoamento na ciência do raciocínio, essencial para viver com eficiência os tempos da modernidade, em que a inteligência artificial, a informática e a robótica ganham notável relevo.
Isso, é claro, sem esquecer o que representam os salários em todo esse processo. Roberta pensa com objetividade nos investimentos obrigatórios por lei, reservando para a Secretaria de Educação, como manda a Constituição, 25% do Orçamento. O seu pensamento é muito claro: “O nosso empenho estará sempre voltado para a eficácia nesse processo. Nossos professores e especialistas jamais perdoarão qualquer negligência em nossa atuação como Gestora Pública.” – diz ela.
Graduada em História, tem mais de 30 anos de carreira. Foi diretora de escola e coordenadora regional da União dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME-Rio).
E foi membro fundadora do Fórum de Combate à Violência contra a Mulher de Duque de Caxias. Por duas vezes foi Subsecretária de Estado de Governo. Formou-se na rede estadual pelo Instituto de Educação Roberto Silveira. Sua maior preocupação é colaborar para que exista uma educação pública de qualidade, assegurando o melhor aos cidadãos do seu Estado.
Por todas essas razões o seu Prêmio Francisco Alves é mais do que merecido e honra a Academia Brasileira de Letras.