Ser cidadão sem ilusões
“Pela bênção dos justos a cidade é exaltada, mas pela boca dos ímpios é destruída” (Provérbios 11: 11).
A palavra “cidadania” remete à Grécia Antiga e diz respeito originalmente “aos que vivem na cidade”. Atualmente ela abarca um conceito mais amplo, mas pode-se dizer simplesmente que cidadão é aquele que é portador de direitos e deveres em uma comunidade.
É um conceito eivado pela política, pois nela ocorrem as barganhas de onde brotam as leis que circunscrevem essas mesmas liberdades e obrigações.
Os justos promovem a cidadania, respeitam os direitos dos outros e gozam de seus próprios com consciência. Dão o melhor de si para o bem comum, pelo convívio pacífico e harmonioso em sociedade. Os ímpios, por sua vez, não cultivam nenhum respeito pelos outros, transcendem limites e abusam das próprias garantias. Agem como gafanhotos, predadores que destroem tudo à sua volta sem medir consequências.
“A destruição impera na cidade; a opressão e a fraude jamais deixam suas ruas” (Salmos 55: 11).
O Cristão deve ser um cidadão exemplar, porém sem cultivar ilusões, por isso sabe a hora de se envolver e quando deve tão somente orar abençoando em silêncio. Pois quem conhece as Escrituras sabe da índole humana e reconhece que existe dentro de todos nós uma inclinação para o mal. Sabe que não é a política que salva, mas tão somente o Sangue do Cordeiro.
“Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lucas 19: 10).
Por isso faz o melhor por aqui, sem delirar com a obra humana de políticos ou juízes, não coloca seu coração em sombras passageiras, ao contrário, age com consciência e reserva-se para o que é mais elevado.
O Cristão é cidadão exemplar na Terra justamente porque participa da celestial, uma cidadania mais importante e sublime, cujos direitos e deveres são perfeitos sem variar como nuvens passageiras.
“A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente um Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3: 20).