A Bíblia sempre recomenda a moderação dando ordens claras e explícitas em favor do autocontrole:

“‘Quando vocês ficarem irados, não pequem’. Apazigüem a sua ira antes que o sol se ponha, e não dêem lugar ao diabo” (Efésios 4: 26, 27).

“Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se” (Tiago 1: 19).

As Escrituras associam o descontrole emocional à tolice:

“O tolo dá vazão à sua ira, mas o sábio domina-se” (Provérbios 29: 11).

“Não permita que a ira domine depressa o seu espírito, pois a ira se aloja no íntimo dos tolos” (Eclesiastes 7: 9)

A Sabedoria Divina também alerta sobre os riscos de deixar-se contaminar por pessoas descontroladas:

“Não se associe com quem vive de mau humor, nem ande em companhia de quem facilmente se ira; do contrário você acabará imitando essa conduta e cairá em armadilha mortal” (Provérbios 22: 24, 25).

A Palavra de Deus ainda realça seus possíveis efeitos:

“Evite a ira e rejeite a fúria; não se irrite: isso só leva ao mal” (Salmos 37: 8).

Uma característica típica do ser humano (ou pelo menos deveria ser) é a capacidade de controlar-se.

Quem não controla seus ímpetos, no instante em que dá vazão ao que o impele a agir, iguala-se a qualquer animal irracional. Pois a razão humana expressa-se no autocontrole.

A capacidade de dominar-se é o princípio e alicerce da assim chamada civilização.

Uma característica típica do Cristão (ou pelo menos deveria ser) é a capacidade de domar seus impulsos.

Os arrebatamentos que explodem em ira, raiva ou cólera devem ser neutralizados antes que venham a causar danos, não ao outro tão somente, mas a si mesmo.

Não convém que o Cristão seja autor de qualquer tipo de violência como brigar, gritar, xingar ou ir para as vias de fato. O coração santo não acolhe nenhum sentimento de revanche ou vingança. Não aceita ceder aos caprichos do ódio, antipatia ou intolerância. Também é inadmissível desenvolver rivalidades contra quem quer que seja, nem deixar brotar alguma raiz de amargura.

Tais disposições diversas da postura autenticamente cristã têm na base algum tipo de ira não controlada. Ela prejudica outros, porém, antes e com mais intensidade, danifica a própria pessoa.

Portanto, para que nada disso ocorra, para que a ira jamais incendeie todo o corpo e a alma, o Cristão precisa ser mais racional que qualquer outro. Além de ter bom senso para lidar com as adversidades da vida, como se requer de qualquer pessoa civilizada, deve ter a tolerância como princípio de conduta.

O Cristão é aquele que ama ao próximo mesmo sendo afrontado, defraudado, prejudicado, contradito, porque sabe que sua missão é ser mais e melhor, é possuir a sabedoria de Cristo que exige de cada um de nós desenvolver o dom de dominar-se.




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