Mayra Aguiar e Rafael Macedo são bronze no último dia de World Masters

O judô brasileiro manteve o ritmo de pódios nas competições mais importantes do Circuito Mundial IJF e fechou, nesta quinta-feira, 22.11, o World Masters com um ouro e dois bronzes. Na quarta, Daniel Cargnin (73kg) havia conquistado o título inédito e, nesta quinta, Mayra Aguiar (78kg) e Rafael Macedo (90kg) fizeram dobradinha de bronze na segunda competição mais importante do ano. O Masters fica atrás apenas do Mundial, onde o Brasil também foi bem, com dois ouros, uma prata e um bronze.

A campanha de Rafael Macedo foi um dos destaques da delegação. Número 11 do mundo, o brasileiro estreou com vitória tranquila por waza-ari e ippon sobre o britânico Jamal Petgrave. Nas oitavas, encarou o italiano Christian Parlati, atual vice-campeão mundial, e despachou-o com um waza-ari no tempo extra.

No terceiro combate, encarou o atual campeão mundial, Davlat Bobonov, do Uzbequistão, que também é o atual líder do ranking mundial. Macedo foi para cima em busca da projeção. Bobonov precisou reagir e errou. Tentou uma entrada afobada e acabou sendo desclassificado por apoiar a cabeça no chão, o que coloca em risco sua integridade física forçando a cervical.

Macedo seguiu à semifinal, onde enfrentou o japonês Sanshiro Murao em combate que seguia equilibrado até o japonês encaixar o golpe perfeito e projetar o brasileiro de costas no chão.

Na luta pelo bronze, mais uma pedreira. O Georgiano Beka Gviniashvili, atual número dois do mundo, sucumbiu diante de uma técnica de pernas perfeita executada por Macedo, que arremessou o adversário ao chão e garantiu o ippon para o bronze, seu primeiro em World Masters.

“Foi uma competição muito dura. Aqui só tem os melhores rankeados, então só luta duríssima. Essa medalha foi importante para mim, porque coroa e encerra o ano com uma medalha em uma grande competição. Agora é descansar um pouco e continuar trabalhando para o ano que vem”, analisou Macedo.

Mayra consistente

Para Mayra Aguiar, o World Masters foi a primeira competição depois do seu terceiro título mundial conquistado em outubro, em Tashkent, no Uzbequistão. Ela chegou ao evento como número dois do mundo e, mesmo assim, encarou uma chave dura. Nas oitavas, eliminou a britânica Nathalie Powell, por ippon.

Nas quartas, sofreu revés diante da italiana Alice Bellandi, uma das revelações deste ano. Bellandi, que veio do 70kg, usou velocidade e movimentação em ataques seguidos que, apesar de não ameaçarem Mayra, contaram como “volume” e fizeram a italiana vencer nas punições.

Mayra, porém, buscou a recuperação na repescagem com ippon por imobilização sobre Karen Stevenson, da Holanda, no primeiro minuto de luta. Na disputa pelo bronze, enfrentou Ryka Takayama, terceira melhor japonesa no ranking mundial, e saiu com vitória, assim como fez no Mundial frente à campeã olímpica Hamada Shori. Para isso, Mayra impôs melhor posição na pegada e pressionou Takayama para fora da área. A reação da japonesa foi um ataque desequilibrado que resultou em contra-golpe de Mayra. Waza-ari para a brasileira. Com paciência, Mayra controlou os segundos finais e voltou para casa com medalha inédita de bronze. Ela já tem duas de ouro e uma de prata em Masters.

Três na estreia

Marcelo Gomes (90kg), Rafael Buzacarini (100kg) e Rafael Silva (+100kg) pegaram chaves duríssimas e não passaram da primeira rodada. Marcelo caiu para Nemanja Majdov (Sérvia), campeão mundial; Buzacarini caiu para Varlam Liparteliani, vice olímpico e mundial; e Baby parou nas punições na luta contra o prodígio japonês Tatsuru Saito, atual vice-campeão mundial.

O World Masters foi a última competição da temporada 2022, que foi uma das melhores do judô brasileiro com ouros nas principais competições do Circuito (Mundial, Masters e Grand Slam). Ao todo, foram 80 medalhas (32 ouros, 19 pratas e 29 bronzes) da seleção brasileira ao longo do ano.

Fonte: Confederação Brasileira de Judô




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