Uma ideia que anima o espírito do vice-presidente Geraldo Alckmin é a da criação da Universidade do Trabalhador, que já andou há tempos pelo nosso país. Sabemos que o presidente Lula tem simpatia pela iniciativa.
Por intermédio do amigo Nelson Valente fiz chegar ao vice-presidente um comentário à Universidade do Trabalhador. Na ocasião comentei a minha visita feita à Escola ORT de Israel, em Tel Aviv, quando vi com os próprios olhos de que forma o assunto é tratado naquelas bandas. São nada menos de 5 mil alunos, conhecendo em pormenores os cuidados com as maravilhas do desenvolvimento científico e tecnológico. Hoje em dia, ministram ensinamentos de robótica, informática, internet, tecnologia 5G e tudo o mais que possa ser essencial para o futuro aprendizado.
Mas nem todos os alunos seguem para o curso superior. Na verdade, 2/3 permanecem em nível intermediário, pois o mercado propicia boas oportunidades de emprego. Só 1/3 é que avança para o ensino superior, onde se abrem outras chances de uma compensatória atividade remunerada. É o que se pode chamar de Universidade do Trabalhador, que lá funciona de verdade.
O que deve ser destacado, na discussão sobre o assunto, é que o êxito da ideia vai depender, basicamente, de um reforçado ensino médio. Estamos verificando que, hoje em dia, o sistema brasileiro padece de uma grave deficiência. Cerca de 2 milhões de jovens deixam a escola sem conseguir resolver problemas corriqueiros de percentagem ou aplicar com correção o conhecidíssimo Teorema de Pitágoras (envolvendo hipotenusa e catetos).
É claro que isso atinge diretamente a qualidade dos cursos de Pedagogia e a precariedade com que são nomeados os dirigentes das nossas Secretarias de Educação. Onde entra indevidamente a política, sai a qualidade por outra porta.
Sabemos que o problema atinge não somente a ciência do raciocínio (a Matemática), mas outras matérias, notadamente a indispensável língua portuguesa. Há exemplos positivos em nosso sistema, como o que aconteceu no Estado de Alagoas (projeto Cartão Escola 10). Por que não generalizar isso?