A Bíblia ensina respeitar as autoridades

O lugar das autoridades no plano de Deus é assunto contido nos primeiros versículos do capítulo 13 da Carta aos Romanos, versos que nos instruem sobre a maneira de lidar com elas.

O texto é assim iniciado pelo apóstolo Paulo:

“Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas” (Romanos 13: 1).

Veja como é forte. O texto diz que todos nós devemos nos submeter às autoridades que governam, ou seja, aos poderes políticos: legislativo, executivo, judiciário, sejam eles municipais, regionais (estados ou departamentos dependendo da organização do país) e nacionais.

Isso por um motivo, tais foram constituídas por Deus. Ele escolhe, ou talvez apenas permita, que certos poderes organizativos se estabeleçam em cada sociedade.

Veja que o autor inspirado não se refere especificamente a pessoas, podemos interpretar, portanto, que a passagem diga respeito à investiduras, ou seja, a cargos de autoridade, tais como a prefeitura ou a presidência, não se trata de pessoas físicas, mas dos cargos que revestem certas pessoas, provisória ou permanentemente, de autoridade.

Pois os regimes políticos e as formas de governo variaram ao longo da história e são diversificados nas culturas humanas. Portanto, o autor inspirado nos leva a uma “fórmula genérica” para que entendamos que se vivemos sob uma tirania de governo pessoal ou uma democracia de revezamento de pessoas em cargos de governo, seja em um caso ou no outro, devemos nos submeter à autoridade.

Também cremos que submeter não tem a ver com concordar ou aprovar, mas a obedecer, acatar as ordens que emanam da autoridade. O oposto seria agir fora das determinações dadas pelas autoridades, por exemplo: descumprir a lei, desrespeitar o policial, desacatar o juiz, não pagar impostos etc.

Tal determinação possui uma razão que só compreendemos levando em consideração as prescrições expostas no capítulo anterior da mesma Carta aos Romanos. Pois ao longo dele Paulo nos exorta à bondade, paz e ao amor. O Cristão deve ser bondoso, pacífico e amável consigo mesmo (Rm 12.1-8), com os irmãos em Cristo (Rm 12.9-13), com as pessoas em geral  (Rm 12.10-18) e até com os inimigos (Rm 12.19-21) e é aqui que está a chave para compreender o motivo pelo qual devemos aceitar as autoridades.

Pois se vivemos em um mundo mal, cheio de perigos e ameaças contra nossa vida e integridade e contra a vida e integridade daqueles mais próximos que amamos, como poderíamos seguir as instruções da bondade, paz e amor? A ameaça é séria, contínua e o risco permanente. Pois aqui está a chave explicativa: foi para isso que Deus constituiu as autoridades.

Se devemos ser bons, não podemos praticar a “justiça com as próprias mãos”, confiamos na justiça perpétua de Deus, porém existem situações que requerem o arbítrio cotidiano ou imediato, em outras palavras, mundano.

O raciocínio se estabelece da seguinte maneira, começando com um dilema: como eu posso ser bom em um mundo ruim? Ou seja, se este mundo quer perturbar a minha paz opondo ao meu bem-estar ameaças concretas, como não fazer eu próprio justiça? E se alguém me defraudar? Ou me fizer outro mal? Ou ameaçar minha família? O dilema é então respondido com as autoridades da Terra. Pois é exatamente nesta quadra do Plano Eterno que as autoridades se encaixam. Elas servem para fazer o que você não deve fazer. Elas servem para deixarem suas mãos livres para realizar o bem e tão somente o bem.

Elas servem para administrar a justiça deste mundo, preservando-nos para que nós possamos praticar as leis da nossa pátria verdadeira que é o Reino de Deus. Sendo assim, a lei, a polícia, o juiz etc existem para que todos nós não precisemos praticar a vingança; Deus comissionou determinadas investiduras para que fizessem em Seu nome a justiça da Terra nos poupando para que nós possamos viver praticando a bondade, paz e amor.




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