Já cantava Raul Seixas que “sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”. E foi sonhando junto que Bruna Alexandre e Paulo Salmin chegaram à medalha de ouro no Campeonato Mundial Paralímpico.
Na manhã desta terça-feira (8), na espanhola Granada, a dupla brasileira da Classe XD17 venceu os dinamarqueses Peter Rosenmeier e Thea Nielsen em três sets diretos na final da competição, com as parciais de 12/10, 11/5 e 11/6.
Os dinamarqueses chegaram a impor dificuldade no primeiro set, mas aos poucos o entrosamento e o jogo tático dos brasileiros foi aparecendo. Salmin e Bruna perderam apenas um set em toda a competição, creditando ao técnico Paulo Molitor boa parte deste sucesso em solo europeu, mostrando que havia mais gente sonhando tanto quanto eles.
“O Molitor estudou muito os vídeos, nos ajudou a tornar os jogos bem táticos e a gente conseguiu fazer bem esse trabalho”, comentou Bruna. “E acho que esse entrosamento que a gente teve, não só eu e o Salmin, como com todos que nos ajudaram, foi essencial. Aplicar 3 sets a 0 numa final é uma coisa muito difícil”, reconheceu a experiente atleta, dona de quatro medalhas em Jogos Paralímpicos.
Na campanha rumo à medalha dourada, Bruna Alexandre e Paulo Salmin passaram inicialmente pelos alemães Mio Wagner e Stephanie Grebe, por 3 sets a 0, com parciais de 11/9, 11/4 e 11/6. Os franceses Lucas Didier e Lucie Hautiere foram os adversários das quartas de finais, batidos também em 3 sets a 0 (11/9, 11/7 e 11/6). Na semifinal, triunfaram sobre os poloneses Piotr Grudzien e Karolina Pek, no jogo mais difícil da campanha. O placar foi 3 sets a 1, com parciais de 11/5, 5/11, 12/10 e 11/9.
Confiança
Outro fator preponderante para a conquista foi a confiança construída entre os dois mesa-tenistas, que alcançou um índice extremamente alto durante os jogos no Granada City Sports Hall. “Jogamos muito bem nos três dias, de forma consistente, com um ouvindo o outro”, afirmou Salmin. E olha que Bruna Alexandre pretendia jogar apenas a competição individual. “Eu não pensava em jogar duplas e sequer imaginava chegar na final”, confessou a atleta, que conquistou o título mundial por equipes em 2017.
“Acredito que foi melhor do que a gente esperava. A gente sabia da dificuldade do torneio, até mesmo porque esta categoria estará nos Jogos Paralímpicos de Paris, o que passa a ser o nosso foco principal a partir daqui”, acrescentou Salmin. “Ontem tinha sido o dia mais feliz da minha carreira, mas hoje passou. É o meu terceiro Mundial e a primeira medalha que ganho é logo uma de ouro, com um 3 a 0 na final e uma performance muito boa”, acrescentou. “Na final deu tudo certo e foi espetacular”, reconheceu Bruna.
“Agora é comemorar muito, mas não esquecer que ainda hoje começa a disputa individual”, alertou Salmin que, sem muito tempo para descansar, encara o polonês Michal Deigsler às 13h30min (de Brasília), pela Classe 7. Na Classe 4, Joyce Oliveira estreia nas oitavas contra a iraquiana Rusul Al Waeli (12h). Pela mesma fase, na Classe 5, Lucas Arabian encara o egípcio Hassan Tolba (16h30min). Outros dois mesa-tenistas paralímpicos iniciam sua trajetória uma etapa antes, na fase de 32. Evellyn Pereira joga com a francesa Anne Divet pela Classe 11 (12h). Na Classe 7, Israel Stroh inicia a competição encarando Ben Ashok Despineux, da Bélgica (13h30min).
Fonte: Confederação Brasileira de Tênis de Mesa