A seleção brasileira de ginástica artística, formada por Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira, Júlia Soares, Carolyne Pedro e Christal Bezerrra, conquistou um resultado histórico nesta terça-feira (1º.11), na final da competição por equipes do Mundial de Liverpool: a quarta colocação, atrás apenas de Estados Unidos, Grã-Bretanha e Canadá, que asseguraram vaga olímpica antecipadamente.
Mesmo com Flávia Saraiva atuando em apenas um aparelho, as paralelas assimétricas, por estar sentindo dores no tornozelo direito, o Brasil ficou a 0,9 ponto do Canadá, do pódio e da vaga olímpica. O resultado superou a campanha do Mundial de 2007, em Stuttgart. Naquela ocasião, a equipe formada por Jade Barbosa, Daiane dos Santos, Laís Souza, Ana Cláudia Silva e Khiuani Dias obteve a quinta colocação.
A ausência de Flávia foi parcialmente compensada pelas excepcionais performances de Rebeca no salto e no solo, em que conquistou as notas mais altas do dia. No salto, inclusive, os 15,166 foram a melhor nota de toda a competição.
Na avaliação de Francisco Porath Neto, o Brasil está no caminho certo. No Mundial de 2023, que será em Antuérpia, na Bélgica, estarão em jogo mais nove vagas para equipes, e a Seleção está bem situada nessa disputa, segundo o coordenador da Seleção Brasileira de Ginástica Artística Feminina.
“Em 2023, a gente espera ter força total e classificar com mais facilidade. Hoje o Brasil não vai mais a uma competição para participar, vai para disputar. O cenário internacional já enxerga o Brasil de forma diferente”.
Na visão de Rebeca Andrade, a melhor ginasta na fase classificatória do individual geral, o sentimento que fica depois da emocionante disputa por equipes é o de orgulho.
“Foi um resultado histórico. Importante vir para cá, sentir a competição, ver como estamos em relação às melhores do mundo. Eu me sinto orgulhosa. Mesmo com as quedas, que são naturais no esporte, demos o nosso melhor”.
Rebeca fez questão de elogiar também Flávia, que, mesmo sentindo dores, competiu nas paralelas e contribuiu com sua nota para o Brasil chegar à melhor posição em toda a história de sua participação em Mundiais.
“Ela mostrou que não está lá por ela, mas por todas nós. É importante no nosso esporte não deixar a peteca cair, não desconcentrar. Cada competição traz um ensinamento, e esta serviu como um grande aprendizado”.
Porath também destacou a luta de Flávia. “Ela foi uma guerreira, deu uma contribuição importante. No final, os outros países tiveram falhas e tivemos um pouco menos. Quase deu”.
A treinadora Iryna Ilyashenko, emocionada, também prevê saltos ainda mais altos para a equipe. “Pela primeira vez a gente se aproximou da medalha numa competição por equipes. Nas próximas a gente vai conseguir”.
Nesta quarta, é a vez de a Seleção Masculina disputar a final por equipes, depois de obter a sétima colocação na classificatória. A competição começa às 14h25 (de Brasília).
COMPETIÇÃO POR EQUIPES FEMININA
1) EUA – 166.564
2) Grã-Bretanha – 163.363
3) Canadá – 160.563
4) BRASIL – 159.661
5) Itália – 159.463
6) China – 157.529
7) Japão – 156.964
8) França – 155.863
Fonte: Confederação Brasileira de Ginástica