Prescrições para o Cristão envolvido na política

Estamos entrando em mais um período eleitoral. Desta vez com o acento de forte polarização política. São muitos candidatos na disputa nacional, porém, existem claramente dois vetores fortemente contenciosos.

Muitos cristãos tomaram um dos lados do debate, o que não é necessariamente ruim, desde que isso não domine o coração ou perturbe a fé, pois o Cristão, antes de ingerir as controvérsias do mundo, deve se lembrar das coisas de Deus.

Portanto, antes de se envolver com os calores da política, é salutar relembrar algumas prescrições e aqui vamos mentalizar 6 delas:

A primeira é lembrar que o nosso Soberano não é nenhum ser humano, mas tão somente Cristo: “Então, Jesus aproximou-se deles e disse: ‘Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra’” (Mateus 28: 18).

A segunda é que a cidadania do súdito de Cristo não é deste mundo, não é aqui da Terra, mas do Reino Celestial: “A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente um Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3: 20).

A terceira prescrição é que, ao tomar parte do Reino, o Cristão sabe que deve defender as cores e o brasão dele, agindo aqui na Terra como um embaixador de sua Pátria celestial: “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus” (2 Coríntios 5: 20).

A quarta é que, na condição de embaixadores do Reino, os cristãos devem divulgar a sua plataforma política antes de qualquer outra, mesmo porque ela vige acima de qualquer outra: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14: 17).

Essas quatro prescrições afastam a hipótese do Cristão tomar parte nos debates sobre os rumos da política mundana como se estivesse pelejando no campo de batalha prioritário. É justamente tal consciência que nos conduz a perceber a quinta prescrição, a de que nossa luta não é contra pessoas, mas contra as forças das trevas:

“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Efésios 6: 12).

E se a nossa luta não é contra “carne e sangue”, e se somos embaixadores comissionados a divulgar a plataforma do Reino de Deus, como poderemos deixar o calor de contendas terrenas perturbar nossa missão? “Mas não entres em questões loucas, genealogias e contendas, e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs” (Tito 3: 9).

Enzão, a sexta prescrição é a seguinte: a politização não pode tirar nosso foco de jeito nenhum. Quando o Cristão decide tomar parte nos debates políticos, deve fazê-lo no tempo devido, com a paciência requerida e com a moderação necessária independente de quão larga seja a discordância: “Que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda a mansidão para com todos os homens” (Tito 3: 2).

E se você estiver em dúvidas de qual lado do espectro político se filiar, lembre-se da recomendação que o próprio Deus deu a Josué (1.7): não desvie o seu pé nem para a direita, nem para a esquerda !!!

E as Escrituras reforçam em outra parte: “Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal” (Provérbios 4: 27)

Lembrando-se de que Deus não tem lado, Ele é tudo em todos.




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