Os Saberes da Língua Portuguesa

O nosso inconformismo com os exageros do uso da língua inglesa na realidade brasileira levou-nos à elaboração de uma palestra, na Confederação Nacional do Comércio, sobre os saberes da língua portuguesa. Pela reação da plateia do Conselho de Notáveis da CNC posso concluir que houve um retorno bastante apreciável, como se pode medir pelo número dos que pediram a palavra após os 45 minutos regulamentares, a partir da engenheira Olga Simbalista, que confessou que a minha palestra lhe abriu o coração.

Depois, o conselheiro Nelson Melo e Souza confessou que temos um passado comum, na pessoa do professor Antenor Nascentes, que trabalhou com seu pai. Disse que “o idioma é um ser vivo e como tal deve ser tratado.” Recordou que o grego é a base dos nossos neologismos e revelou ser contra os exageros do anglicismo. Já Antônio Celso, ex-reitor da UERJ, lembrou que inauguramos mais de 80 escolas no Rio de Janeiro. O acadêmico Arno Wehling fez menção aos tempos em que fomos colegas produzindo programas educativos na Rádio MEC e reclamou da falta de antologias nas livrarias brasileiras.  Luís Cunha pediu para que se investisse mais em educação e elogiou a abertura para o ensino à distância. Aurélio Wander Bastos declarou um inspirado poema com o título “ad immortalitatem” e  recordou como a língua portuguesa tem origem no latim popular.

O conselheiro Paulo Jobim elogiou o texto que acabara de ouvir e fez menção às perdas oriundas da pandemia (muitas crianças não voltarão às escolas, o que é uma perda muito sentida) e, por fim, Francisco Amaral disse ter ouvido uma bonita reflexão sobre a educação no Brasil e confraternizou, por isso mesmo, com o Conselheiro Bernardo Cabral, hoje Secretário-Geral do Conselho de Notáveis.

O que ficou claro, na mencionada reunião, foi o interesse da CNC pelo tema educação. Houve críticas a alguns descuidos do governo federal, inclusive com os cortes de verbas fundamentais para setores como creches (muitas não foram concluídas), apoio ao ensino de 1ֻº grau (subsídios a estados e municípios), valorização do ensino médio, reforma dos cursos de pedagogia, etc. Ficamos de voltar ao assunto.




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