No alvorecer da filosofia, quando os gregos buscaram a arkhé (o princípio primeiro de tudo o que existe), encontraram Deus. Não os seus deuses olímpicos, como Zeus ou Poseidon, mas um único Deus transcendente, eterno e perfeito. A razão estava descobrindo algo que contradizia a religião da época.

Isso foi possível porque, segundo a própria Bíblia, Deus se revelou de duas maneiras. Primeiramente por meio das coisas criadas:

“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Romanos 1: 20).

Depois revelou-se por meio de sua própria Palavra:

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1: 14).

A revelação de Deus foi progressiva ao longo da história antiga. Os gregos não haviam se deparado com a revelação escriturária, mas conseguiram como ninguém perceber a assinatura que o Eterno imprimiu em sua criação. Portanto, ao analisar racional e sistematicamente o mundo, eles concluíram: o cosmos só faz sentido se concebermos como obra de um único Deus.

Após a decadência das polis gregas, tragadas pelos impérios de Alexandre e o Romano, sua filosofia continuou ecoando e novos pensadores como o estóico Marco Aurélio ou o neoplatônico Plotino permaneceram convictos de que Deus existe, não por confissão religiosa, mas por causa de sua lógica arguta.

Nas gerações subsequentes a filosofia desses brilhantes pensadores iria moldar a nossa forma de perceber o mundo, o racionalismo e a ciência contemporâneas devem tudo aos que implantaram os alicerces do saber ocidental.

Estes eminentes pensadores perceberam que é lógico conceber a realidade a partir do Deus criador. Claro que não podiam descrever exaustivamente Seus atributos, pois alguns deles só poderiam ser comunicados pelas Palavras do próprio Eterno. É neste ponto que nos encontramos com a revelação bíblica, isso por uma razão muito simples: “Deus se fez conhecer pelas coisas que criou”, porém, para que soubéssemos quais são seus desígnios e intenções, era necessário que o próprio Deus nos falasse. E Ele falou!

Séculos depois da Era de Ouro da filosofia grega, no auge do Helenismo, Deus enviou seu Filho a este planeta para nos informar o que a nossa lógica jamais conseguiria apreender sozinha:

– Sim, Eu criei tudo do nada!

Jesus veio para nos dizer dos planos do Pai para a humanidade:

– Sedes santos, apartem-se do mal!

Coube a Cristo nos contar o segredo sublime que nunca poderíamos adivinhar:

– Eu vos amo!

De fato, Deus nos ama! Ele nos tirou das trevas da ignorância informando sobre tudo o que não poderíamos deduzir sozinhos.

A história fornece provas de que filosofia e fé não são necessariamente excludentes, ao contrário, quando unidas, uma enriquece a outra. Só “os modernos,” não reconhecemos este fato.




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