Para incentivar a construção de uma sociedade mais tolerante e igualitária, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) e com a Rede Minas, lançou nessa segunda-feira (25/4), a 2ª Campanha de Respeito à Diversidade. O objetivo da ação é combater o preconceito, a discriminação e a violência contra a comunidade LGBTQIA+.
Produzido pela Rede Minas, o vídeo de lançamento da campanha contou com a participação de grandes artistas ativistas do movimento, como a atriz, apresentadora e locutora Kayete, a atriz e humorista Nany People, o ator Freddy Mozart, a atriz Magdalena Rodrigues, as cantoras Nega Jackie e Paula Sete, e o cantor Luiz Safé.
LGBTIfobia trata-se de qualquer tipo de violência, seja verbal, física e psicológica contra pessoas da comunidade LGBTQIA+, motivadas por sua orientação sexual e identidade de gênero.
A idealizadora da campanha e Coordenadora Estadual de Promoção dos Direitos LGBTI, Walkíria La Roche, participou do evento que marcou o lançamento da campanha. Também estavam presentes a secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá, o presidente da Empresa Mineira de Comunicação, Sérgio Rodrigo Reis, e representantes da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.
Walkiria destacou o papel mobilizador da campanha para conscientização da população para a causa LGBTQIA+. “Com o aumento estarrecedor dos casos de violência em nosso país, não diferente em Minas Gerais, preparamos esta Campanha de Respeito à Diversidade, vislumbrando a conscientização e a mobilização da sociedade para que juntos possamos erradicar o preconceito estrutural, acolhendo às vítimas e denunciando os agressores!”.
A secretária de Estado da Sedese, Elizabeth Jucá, agradeceu os artistas que participaram da campanha que vem para dar visibilidade à causa. “Quero trazer o agradecimento em nome da Sedese e do Governo do Estado, porque é muito importante a gente fazer esse tipo de divulgação. Precisamos divulgar, abrir os olhos das pessoas que isso acontece. Nós temos informações subnotificadas e a gente trabalha para minimizar isso, pois só assim conseguimos fazer políticas públicas mais eficientes”, disse.
O presidente da Rede Minas, Sérgio Rodrigo Reis, destacou a importância da campanha, uma vez que ela aborda questões que ultrapassam as fronteiras do Estado. “É um prazer fazer parte de um movimento tão importante como esse. Essa não é uma questão só de Minas Gerais, é uma questão do país inteiro. A gente precisa de muita luta para superar isso. Só nós que sofremos no dia a dia algum tipo de preconceito sabemos como é valiosa uma ação como essa para diminuir o impacto desse preconceito”, enfatiza.
“Sou eternamente grata por fazer parte disso, porque eu vivo na pele. Pelo fato de ser lésbica, algumas pessoas ficam com receio de me contratar. A gente vivenciar isso, de não poder mostrar a nossa arte por causa do preconceito, dói tanto! Isso fica marcado pra vida da gente”, declarou a cantora Nega Jackie.
A 2ª Campanha de Respeito à Diversidade já está sendo exibida na interprogramação da Rede Minas e também está disponível nas redes sociais, no site da emissora e no Youtube.
Conscientização
A criminalização da LGBTQIA+fobia, determinada pelo STF em 2019, não foi suficiente para impedir a violência contra a população LGBTQIA+. Segundo dados do Painel da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, de janeiro a março de 2022, foram registrados 1.632 casos de violações contra a população LGBT no Brasil. Somente em Minas, foram 184 violações.
A subnotificação prejudica a elaboração e proposição de políticas públicas. Nesse contexto, ações como a 2ª Campanha Estadual de Respeito à Diversidade, bem como a divulgação dos canais de denúncia são necessárias para o efetivo combate ao crime de ódio.
Pensando em ações mais eficazes para a diminuição da violência contra a comunidade, a Coordenadoria de Políticas de Promoção da Cidadania LGBT atuou para o restabelecimento da Comissão Estadual de Políticas de Enfrentamento às Violações Relativas à Orientação Sexual e à Identidade de Gênero das Pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Interssexuais, Queer, Assexuais e Outras Formas de Expressões e/ou Identidades de Gênero no Estado de Minas Gerais (CEPEV- LGBTQIA+).
O órgão também participou do curso EAD da Polícia Civil e propôs a criação de uma Delegacia Virtual especializada no público LGBTQIA+.
Fonte: Agência Minas