“Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre” (Hebreus 13: 8). No alvorecer da filosofia grega, dois pensadores protagonizaram uma das mais interessantes controvérsias da história. São eles Heráclito e Parmênides.
Para o primeiro, a realidade é um contínuo fluxo, o Kosmos se assemelha a um rio cujas correntes são o perpétuo movimento e a mudança é permanente.
Para o segundo, o que “é” jamais pode mudar, pois se mudar é sinal de que “não é”. Mas concorda que nossos sentidos percebem que no mundo tudo está em constante mudança, logo, conclui que se o que vemos aqui está se transformando “o ser” não pode estar no mundo.
Parmênides estava desenvolvendo uma brilhante intuição que apontava para o Ser Absoluto inalcançável pelos nossos sentidos, que não habita nesta realidade pois é puro, perfeito e eterno. Aquele que era, é e permanecerá sendo o mesmo, ontem, hoje e sempre.
Parmênides não teve contato com a Bíblia, mas seu gênio aguçado contemplou pelas lentes da lógica Aquele que é Pleno.
No mundo, tudo muda. Todas as coisas que vemos estão em processo de constante mudança, nada é estático nem perene. Os nossos sentidos não se habituaram a lidar com a constância pois, ao nosso redor, tudo está se transformando.
Mas existe um plano no qual está estabelecida a permanência, onde o tempo não exerce seu implacável poder, nada está para acontecer, pois ali está o SER.
Esse é o plano da eternidade! O plano do Deus Pai, do Deus Filho e do Deus Espírito Santo.
“O ser” não muda, ele não “virá a ser”, pois ele É, e o que É permanece sendo sem nunca mudar. Nós não conhecemos nenhum “ser” aqui na Terra, só podemos contemplar “o ser” pelos olhos da fé, só enxergamos o Eterno quando olhamos para Cristo.
Pois como parte da essência de Deus, Cristo é inalterável, ele é o mesmo, permanente e imutável. Desde a eternidade até a eternidade, Cristo é o mesmo, ontem, hoje e sempre.
“Respondeu Jesus: ‘Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!’”(João 8: 58)
Se os costumes sociais mudam, a Palavra de Deus não muda!!! Por isso, ninguém está habilitado a acorrentá-la aos paradigmas deste tempo ou de qualquer outro. Nada nem ninguém tem autoridade ou o direito de adulterar o significado profundo da mensagem do Eterno.
Se há quem deve se adequar, somos nós! Deixando de lado nossa típica arrogância enquanto espécie, devemos nos adequar à vontade de Deus, não a vontade de Deus à nós, nossa sociedade ou ao nosso presente momento histórico.
Além disso, não precisamos temer que Deus tenha deixado Suas promessas na corrente do tempo, não!!! Nós estamos sob o manto da graça desde que Cristo se esvaziou de sua glória, veio a este planeta e nos disse “eis-me aqui”!!!
Devemos confiar na esperança que Deus nos mostra nas Sagradas Escrituras, pois Seu plano compartilha de Sua essência, a essência eterna que não se submete ao tempo que muda.
O nosso Rei continua a interceder por nós e seu sangue segue sendo a garantia de uma Nova Aliança. A esperança que há no Filho é permanente. Nossa certeza jamais deve ser abalada, pois a razão da nossa fé é a mesma ontem, hoje e sempre!