Advogado juiz-forano Gabriel Pimenta é o primeiro homenageado do projeto “Pilares da Democracia”

Segundo informações do site da Prefeitura de Juiz de Fora, na manhã desta quarta-feira, 23, a Prefeita Margarida Salomão homenageou o advogado juiz-forano, Gabriel Sales Pimenta, com uma placa e um grafite em um dos pilares do pátio da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). A ação deu início ao projeto da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), “Pilares da Democracia”. Ao longo da gestão, a iniciativa irá celebrar dez nomes da cidade que se destacaram por sua luta pela justiça e pelos Direitos Humanos.
Nascido em Juiz de Fora em novembro de 1954, Gabriel formou-se como advogado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Anos depois, seguiu para a cidade de Marabá, no Pará, onde foi assassinado em 18 de julho de 1982, por atuar na defesa legal de posseiros que estavam sendo expulsos de suas terras por fazendeiros locais.
O dia 23 de março foi escolhido para a homenagem pois é a data em que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA), julgará o estado brasileiro pela lentidão e impunidade na sentença sobre a morte do juiz-forano. Saiba mais sobre o caso aqui.
Para Margarida, a morte de Gabriel levanta um debate sobre a morosidade seletiva dos tribunais e a luta pelos sem-terra. “Infelizmente, essa lentidão do Judiciário costuma prejudicar apenas os menos favorecidos. Amanhã, será comemorado o Dia Internacional pelo Direito à Verdade, algo que estamos celebrando com este evento. Trata-se de uma luta cada vez mais necessária, sobretudo no Brasil de hoje, onde existe um império da mentira oficial e judicial, que, inclusive, retirou o direito do brasileiro de escolher seu presidente na última eleição”, afirmou.
Segundo o secretário da SEDH, Biel Rocha, é um compromisso da atual gestão fazer com que a história de cidadãos como Gabriel seja profundamente conhecida, sobretudo pela juventude. “Estes dez pilares sustentam o prédio-sede da PJF, um edifício onde pessoas trabalham para cuidar de outras pessoas. Por isso, escolhemos este espaço como um lugar de memória e reflexão, para lembrar daqueles que foram vítimas de violações dos Direitos Humanos”.
“Desde o assassinato do Gabriel há 40 anos atrás, em Marabá já foram assinadas 115 pessoas que atuavam na defesa dos Direitos Humanos. Ou seja, a lentidão e a impunidade continuam, inclusive aqui no sudeste, como mostra o caso da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco. Agora, a nossa expectativa é que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) normatize a questão da morosidade intencional, permitindo assim a punição dos juízes, promotores e advogados envolvidos”, explicou o irmão do homenageado, Marcos Pimenta.
Representando a Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF), a vereadora Laiz Perrut ressaltou a emoção de ver a PJF sendo também um local de celebração da memória. “Olho para este pátio e agora me sinto representada. Muito feliz também é o fato da homenagem ter sido feita inclusive na forma de um grafite, feito pelo artista Stain, o que, com certeza, irá permitir que os mais jovens tenham acesso a histórias com a do Gabriel”, lembrou.
Outras informações:

(32) 3690-7331 ou sedh@pjf.mg.gov.br – Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH)




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