Os militares do complexo da Academia de Bombeiros Militar (ABM), na região da Pampulha, em Belo Horizonte, realizaram uma missão especial nesse domingo (20/3): proporcionar um dia de “bombeiro” para o pequeno Arthur, de três anos, que há oito meses luta contra a leucemia. O que seria um típico passeio de fim de semana com os pais e a avó, na véspera de uma internação de 20 dias para o tratamento, se tornou um momento especial para toda a família do bairro Ribeiro de Abreu, Região Nordeste da capital.
“A gente passou (pela ABM) para ver se liberavam para ele visitar. A gente já tinha levado ele com a roupinha. O pessoal nos recebeu de braços abertos. Foi gratificante pra gente”, conta o pai de Arthur, o motorista Fernando Campos da Silva, de 35 anos. O casal tem mais um filho.
Arthur conheceu os militares que estavam de plantão naquele dia e cada cantinho que ele pôde visitar. “Ele ficou eufórico. Normalmente, fica muito cansado, e o tempo todo ele ficou correndo. Em momento algum ele ficou cansado. O que fizeram para nós lá não tem preço”, concluiu o pai.
A mãe de Arthur, a técnica em enfermagem Jéssica Pereira da Silva Campos, de 30 anos, diz que o filho sempre gostou da corporação, mas o interesse aumentou durante o período em que ele frequentou um dos batalhões da capital, quando tinha dois anos. “A paixão dele começou quando eu fiz um curso de socorrista no 3º Batalhão. Ele ia assistir às aulas comigo e o sargento (que atuava no curso) nos recebia. Ele era muito carinhoso”, contou.
Nas fotos e vídeos da visita, que durou cerca de duas horas, Arthur aparece usando um mini-uniforme operacional da corporação enquanto interage com os militares, usa um mangueira de um dos caminhões e posa sobre um dos veículos.
“Nem nós esperávamos a recepção que tivemos. Ficamos emocionados, achávamos que seria só uma passadinha lá. A gente já tinha ido outras vezes ao mesmo batalhão, mas isso deixou ele muito feliz, nós ficamos muito gratos e muito emocionados pela forma como trataram a nossa família”, disse Jéssica. “Gostaria de agradecer ao Corpo de Bombeiros e falar que eles são um grande exemplo para as crianças. O que fizeram pelo Arthur não tem preço. Foi a realização de um sonho e vai influenciar positivamente no tratamento dele. Eles pararam o que estava fazendo para dar atenção a ele. (O Arthur) vai estar bem mais fortalecido para enfrentar a quimioterapia agora”, diz a mãe.
O porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), tenente Pedro Aihara, também participou da visita de Arthur e falou sobre a importância daquele momento. “A profissão de bombeiro é algo que mexe com o imaginário dos pequenos e todos nós que somos bombeiros hoje já tivemos exatamente esse sonho. Assim, qualquer coisa que pudermos fazer para estimular os pequenos mineiros a seguir pelo caminho da ajuda ao próximo e do compromisso com a sociedade é um dever cívico e moral. O pequeno Arthur mostra que já tem a garra e resiliência necessárias para ser um ótimo bombeiro militar no futuro. Afinal, mesmo tão novo, já enfrenta os desafios do seu tratamento com tanta coragem e é sobretudo um grande coração que faz um ótimo bombeiro. Estamos na torcida pelo seu sucesso no tratamento e pela sua entrada em nossa corporação daqui a alguns anos. Após um momento tão importante como esse que vivenciamos, quem mais aprende somos nós, como profissionais e também como pessoas”, afirma o militar.
Fonte: Agência Minas