Há uma promessa no ar de que teremos em breve (quando?) um novo ensino médio. Será um projeto inovador, como exige a nossa realidade. A situação não é das mais favoráveis, pois temos 11,6 milhões de jovens que compõem a geração nem-nem (nem estudam, nem trabalham). Só no Nordeste temos 48% do nosso total. Já era hora de o MEC e o Conselho Nacional de Educação se darem as mãos, nessa importante tarefa.

Vamos aproveitar o momento para consolidar o que chamamos de “terminalidade” ou profissionalização, como tivemos oportunidade de acompanhar na visita feita ao Estado de Israel. De todos os que lá fazem o ensino médio cerca de 1/3 concluem algum curso, com forte preferência ao que é oferecido em áreas como robótica ou tecnologia em geral.

O importante é que o aluno aprenda. O currículo oficial utiliza dezenas de vezes a palavra “reproduzir”, o que não é exatamente adequado. Deve-se respeitar o aprendizado socioemocional dos estudantes. O professor deve ter isso assegurado. O conteúdo é secundário. Deve existir, como diz o prof. Pedro Demo, a aprendizagem autoral, em que o estudante é participativo do processo de aprendizagem. Isso se nota de modo evidente no ensino da Matemática.

Nos anos iniciais, os mestres são pedagogos. Aprendem mesmo, como o envolvimento dos alunos. De 5ª. À 8ª. Série eles são licenciados. A formação dos professores é criticada. Vê-se que nos anos iniciais os mestres são mais bem preparados. Isso se acompanha nas escolas de hoje, no exame dos números do IDEB.

Em Língua Portuguesa, houve progresso nos primeiros anos. Nas últimas séries houve uma estagnação. Mas no ensino médio houve uma caminhada para trás. Quanto mais velho o aluno, pior a sua performance. É preciso dar uma violenta mexida nos cursos de Pedagogia. O ensino médio, como diz Pedro Demo, deve ser útil para os estudantes. O que se tem é andado para trás.

A nossa escola tem de ser tratada com a doença que indiscutivelmente apresenta hoje. A qualidade é algo que precisa de aperfeiçoamento, com nitidez em português e matemática, especialmente. Esse sentimento precisa alcançar a Universidade, de modo geral, com uma visão necessariamente diversificada.




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