Victor Hugo usa a arte para imitar a vida

No grande romance Os Miseráveis, Victor Hugo nos conta a experiência de redenção vivida por seu protagonista Jean Valjean.

Aquele homem recém libertado da prisão (para a qual foi mandado por ter roubado comida) vivia errante e não encontrava abrigo. Resgatado do frio pelo Monsenhor Benvindo foi acolhido em sua casa, alimentado e teve a primeira noite de sono sobre uma cama com lençóis limpos em quase duas décadas.

Porém, na calada da noite, se levanta, rouba a prataria de seu anfitrião, agride-o e foge. Imediatamente preso, alega que os itens que carregava eram presentes, porém, sem convencer os guardas é levado de volta para a residência do benevolente senhor para uma acareação. Valjean sabia o que tinha feito e já imaginava o sombrio destino que o aguardava, o retorno ao cárcere.

Porém, para sua surpresa, Monsenhor Benvindo confirma a história do ingrato visitante e ainda o presenteia com mais dois outros valiosos castiçais. Espantado com aquela situação inusitada, Valjean é mais uma vez surpreendido com a declaração de que aquilo não era uma doação, mas uma troca. Benvindo estava comprando-o com aquela prata e como seu proprietário teria poder sobre a vida do ex-presidiário.

Seu novo mestre então declara a Valjean: “agora eu te entrego a uma nova vida, justa, boa e íntegra, pois estou transferindo a minha propriedade e sua alma deste momento em diante pertence a Deus!”

O restante do romance narra a história de um homem tentando fazer jus àquele ato de misericórdia, buscando, em oposição a toda ordem de dificuldades impostas pela vil sociedade, viver uma vida honesta e caridosa em conformidade com o bem que recebeu.

Mais uma vez, a arte imita a vida!

Quando Cristo foi crucificado ele nos comprou com preço de sangue. Ao pagar com sua vida a pena que merecíamos como pecadores, passamos a pertencer a Deus: “Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês” (1 Coríntios 6: 20).

Como quem alforria, Cristo nos adquiriu para a liberdade, encerrando em nós a “necessidade” de pecar, pois antes nossos corpos eram instrumentos de transgressão, mas agora tornaram-se instrumentos de justiça: “Não ofereçam os membros dos seus corpos ao pecado, como instrumentos de injustiça; antes ofereçam-se a Deus como quem voltou da morte para a vida; e ofereçam os membros dos seus corpos a ele, como instrumentos de justiça” (Romanos 6: 13).

Ser escravo do pecado é morte, dessa nós fomos resgatados para servir a Deus, para em Cristo seguir vivendo a vida verdadeira!




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