Parecia improvável que aparecesse no Brasil alguém com a coragem ou a irresponsabilidade de defender o nazismo. Pois é que isso surgiu, na pessoa do podcaster Monark(Bruno Aiub), com o apoio do deputado Kim Kataguiri(DEM).
São dois perturbados que envergonham a vida brasileira. O primeiro deles, ao ser punido com a perda dos seus patrocinadores, colocou a culpa na bebida que havia ingerido em excesso. Não tem desculpa, pois seguramente passou do ponto e deve ser punido severamente. O seu arrependimento não traz o perdão. A repulsa ao seu gesto é o mínimo que se pode desejar.
Monark foi desligado do Estúdio Flow, que tachou de inadmissíveis os seus comentários racistas. Ele mesmo, depois do que fez, considerou os seus comentários “muito burros”, o que provocou enorme reação. É incrível que essa ocorrência tenha sido confundida como “liberdade de expressão”. Sabendo-se do que foram capazes os nazistas (só judeus na Europa foram mortos cerca de 6 milhões de pessoas). Esse gesto de agora de agora foi uma total irresponsabilidade.
Bêbado ou não, Monark cometeu crimes. Como disse com muita propriedade o Ministro Gilmar Mendes, “qualquer apologia ao nazismo é criminosa, execrável e obscena”. Já o Ministro Alexandre de Moraes afirmou que “a Constituição consagra o binômio liberdade e responsabilidade”. O direito fundamental à liberdade de expressão não autoriza a abominável e criminosa apologia ao nazismo.” O Ministro Luís Fux tem uma sólida formação judaica e certamente não concorda com nada disso, o mesmo podendo ser dito pelo Ministro Luís Roberto Barroso, cuja mãe é de origem judaica.
A reação a essa estupidez foi nacional e internacional. Monark violou preceitos constitucionais e cometeu crime de apologia ao nazismo. Sua atitude, bem como a solidariedade do deputado Kataguiri, outro absurdo com o qual não se pode concordar de jeito nenhum, merecem uma condenação formal e da maneira mais veemente. O que se espera é que a justiça brasileira reaja com a necessária energia a todos esses fatos lamentáveis.