É habitual nos recordarmos da cena de Êxodo quando o Todo Poderoso se revelou ao povo no Monte Sinai entre estrondos, trombetas ensurdecedoras, terremoto, raios e trovões:
“Moisés levou o povo para fora do acampamento, para encontrar-se com Deus, e eles ficaram ao pé do monte. O monte Sinai estava coberto de fumaça, pois o Senhor tinha descido sobre ele em chamas de fogo. Dele subia fumaça como que de uma fornalha; todo o monte tremia violentamente, e o som da trombeta era cada vez mais forte. Então Moisés falou, e a voz de Deus lhe respondeu” (Êxodo 19: 17-19).
Aquele, porém, foi um episódio específico, tratava-se de uma apresentação, uma demonstração de poder objetivando convencer e encorajar o povo a seguir firme nos propósitos do Altíssimo. Sabemos que ainda ouviremos esses sons no momento oportuno:
“E ele enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e estes reunirão os seus eleitos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mateus 24: 31).
No cotidiano, porém, não é assim que o Senhor fala conosco. No dia a dia Sua voz é mansa e suave que fala pelo Espírito Santo diretamente aos nossos corações:
“Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas” (Mateus 11: 29).
Para ilustrar, lembremos da experiência do profeta Elias. Aquele homem pôde testemunhar os contrastes de sons de uma maneira que merece toda a nossa atenção.
Ele encontrava-se deprimido e recluso em função dos problemas e ameaças que o cercavam:
“Ali entrou numa caverna e passou a noite. E a palavra do Senhor veio a ele: ‘O que você está fazendo aqui, Elias?’ Ele respondeu: ‘Tenho sido muito zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos. Os israelitas rejeitaram a tua aliança, quebraram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada. Sou o único que sobrou, e agora também estão procurando matar-me’ “ (1 Reis 19: 9,10).
Já no auge do desânimo, Deus o chamou:
“O Senhor lhe disse: ‘Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai passar’. Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve o murmúrio de uma brisa suave. Quando Elias ouviu, puxou a capa para cobrir o rosto, saiu e ficou à entrada da caverna. E uma voz lhe perguntou: ‘O que você está fazendo aqui, Elias?’ ” (1 Reis 19: 11-13).
Deus não estava na ventania; Deus não estava no terremoto; Deus não estava no fogo; Deus estava no “murmúrio de uma brisa suave”.