Funed realiza exames para detectar os vírus da Influenza em Minas Gerais

Embora todos ainda estejam atentos à covid-19, os vírus que estão causando preocupação no momento são os que provocam outra doença: a gripe. Por isso, é fundamental manter os cuidados para prevenir o SARS-CoV-2, que são os mesmos para evitar os vírus da Influenza, especialmente durante as festas de final de ano e o período de férias.

Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), mostram que, na semana epidemiológica 47 (21/11/2021), houve um aumento de casos de Influenza no estado. Como a Funed é o laboratório de referência estadual para o diagnóstico da Influenza e de outros vírus respiratórios em Minas Gerais, esse aumento também impactou a demanda por diagnósticos na Fundação.

André Felipe Leal Bernardes, referência técnica do Laboratório de Vírus Respiratórios do Laboratório Central de Saúde Pública da Fundação Ezequiel Dias (Lacen-MG/Funed), explica que os vírus da Influenza são divididos em dois tipos: A e B. Os vírus Influenza A têm como principais hospedeiros o homem, as aves e os suínos. Os vírus Influenza B infectam principalmente o ser humano.

“Os vírus Influenza A foram responsáveis por causar grandes epidemias e pandemias no passado, por exemplo, a Gripe Espanhola, em 1918, e a Gripe Suína, em 2009. Em geral, essas pandemias são causadas pelo subtipo H1N1, um subtipo do vírus Influenza A caracterizado de acordo com suas proteínas de superfície. As proteínas (hemaglutininas e neuraminidase) são numericamente classificadas, no caso do Influenza A (H1N1 ou H3N2)”, detalha André.

Ana Luísa Cury, chefe da Divisão de Epidemiologia e Controle de Doenças da Funed, conta que, desde março de 2020, com o surgimento do SARS-CoV-2, a circulação dos vírus Influenza diminuiu muito no Brasil, chegando a não ser detectado nas amostras testadas pela Funed por quase dois anos. Entretanto, a partir da semana epidemiológica relativa ao período de 21 de novembro deste ano, foi identificado o retorno da circulação do vírus no estado e a SES-MG foi notificada. Esse mesmo cenário foi identificado em vários outros estados do país, sendo que Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rondônia e Rio Grande do Norte já decretaram ‘estado de epidemia’.

“A mudança epidemiológica ocorre por uma série de fatores, entre eles, a diminuição da circulação do SARS-CoV-2, o relaxamento das medidas protetivas contra a covid-19 e o aparecimento de uma nova cepa de Influenza A (H3N2- Darwin-Like), afirma Ana Luísa.

Atualmente, a demanda na Funed para pesquisa de outros vírus respiratórios já é muito expressiva, pois ela se soma aos diagnósticos da covid-19. O que mudou foi o cenário epidemiológico, pois somente em 2021, a Fundação pesquisou os vírus Influenza em aproximadamente 18 mil amostras.

Diagnóstico

O diagnóstico dos vírus da Influenza acontece por meio da técnica de RT-PCR em tempo real, mesma metodologia empregada na análise de SARS-CoV-2. André explica que a técnica utiliza iniciadores que se anelam a regiões específicas do material genético do vírus e, por meio de ciclos térmicos, os alvos são amplificados por uma enzima.

“Quando há a presença do material genético viral na amostra testada, é possível gerar bilhões de cópias desse fragmento e, à medida em que essas cópias são geradas, o equipamento realiza a leitura em tempo real, plotando um gráfico na tela do computador para interpretação” afirma. “Atualmente, o Lacen-MG realiza testes para detecção dos vírus Influenza e de mais 14 outros vírus respiratórios diferentes e de interesse em saúde pública”, acrescenta André.

Quanto às medidas protetivas, o profissional reforça a necessidade de mantê-las durante todo o ano. Nesse sentido, a vacinação anual contra a gripe, utilização de álcool 70%, o uso de máscara e a manutenção do distanciamento social mínimo são fundamentais para evitar casos da doença.

Fonte: Agência Minas




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