Faltando exatamente dois meses para a Cerimônia de Abertura dos próximos Jogos Olímpicos, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou que Anders Pettersson, presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN), será o chefe da Missão Brasileira em Pequim 2022. Com histórico de atleta do cross country e chefe de equipe em outras Missões, Anders é considerado um dos dirigentes mais preparados para ocupar o cargo e liderar a delegação na segunda edição olímpica sobre contexto pandêmico.
“O COB entende que os esportes de inverno, tanto de neve quanto de gelo, são muito específicos, de alto complexidade e não temos muitas pessoas no Brasil com a capacidade de exercer a função como o Anders. Indicamos por mérito e competência”, disse Paulo Wanderley. “Queria também destacar o Matheus Figueiredo, presidente da CBDG, que será chefe de equipe das modalidades de gelo, que também é um especialista e muito competente administrativamente falando. Não são apenas dirigentes, mas realmente conhecedores das modalidades. Foi uma decisão da instituição reconhecendo a especialidade que eles têm, realmente meritocrática”, completou.
“Eu recebi a indicação com muita honra, felicidade, satisfação e vontade de entregar os resultados esperados pelo COB. A prioridade é cuidar bem dos atletas, dar as condições para que eles desenvolvam suas atividades com segurança, priorizando sempre a saúde. Dentro disse, evoluir nos resultados esportivos nos Jogos que começam daqui a dois meses”, disse Anders.
Anders é carioca, filho de suecos que vieram para o Brasil ficar 5 anos e nunca mais saíram. Começou a praticar o esqui cross country há mais de 20 anos e, com o tempo, migrou para a gestão esportiva, entrando na CBDN para cuidar da modalidade. Depois assumiu a condução do esqui nórdico e, posteriormente, foi eleito vice-presidente da entidade e há três é presidente da CBDN. É formado em Economia e Administração, com uma carreira consolidada na indústria, no ramo da controladoria e como conselheiro administrativo. Com a experiência de gestor, o chefe da Missão analisou o cenário e estabeleceu metas.
“Espero quebrar o recorde do Brasil em termos de número de largadas e evoluir nos desempenhos pessoais e de pontos nas modalidades que vamos competir. Teremos uma inédita participação de duas atletas de esqui cross country que possibilitam a primeira participação em uma prova por equipes na neve, o team sprint, e para isso, tivemos que ficar entre os 30 melhores países do mundo na modalidade. Isso ajuda a mostrar que a diferença para os principais países está diminuindo em várias modalidades. Fazemos um planejamento a longo prazo e muitos dos atletas que estarão em Pequim 2022, chegarão com um nível competitivo alto em 2026, em Milão-Cortina”, completou.
Pequim 2022 será a nona participação brasileira em Jogos de Inverno, iniciada em Albertville 92. Até hoje, 35 atletas do Brasil, sendo dez mulheres, em oito esportes, participaram da competição. O recorde do país foi em Sochi 2014, com 13 atletas em sete modalidades. A melhor colocação brasileira na história veio em Turim 2006 com o nono Iugar de Isabel Clark no snowboard cross.
Os Jogos Olímpicos de Inverno acontecem de 4 a 20 de fevereiro e a Cerimônia de Abertura será realizada no Estádio Nacional de Pequim, o Ninho de Pássaro. O Brasil já tem quatro vagas garantidas no evento: três no esqui cross country, sendo duas no feminino e uma no masculino, e uma no esqui alpino masculino. Os representantes do Brasil serão definidos no dia 17 de janeiro, após o fechamento do ranking da FIS. Jaqueline Mourão, que pode chegar a sua 8ª participação olímpica entre Verão e Inverno, Bruna Moura, Eduarda Ribera e Mirlene Picin disputam as vagas no feminino, enquanto Manex Silva e Steve Hiestand são os principais nomes entre os homens. Na neve, o Brasil também busca classificação no esqui freestyle com Sabrina Cass e os irmãos Dominic e Sebastian Bowler, e no snowboard com Augustinho Teixeira e Noah Bethonico.
Nas modalidades de gelo, as principais chances de classificação são com a equipe de bobsled, Marina Tuono, do monobob, e Nicole Silveira, do skeleton. Esta última, com as cinco vitórias em cinco etapas da Copa América praticamente assegurou a vaga.
Fonte: COB