Um dos maiores investimentos privados anunciados na história da cidade, a Braspell Bioenergia assinou, na tarde desta quinta-feira, 2, protocolo de intenções para a instalação de um centro logístico e uma fábrica de pellets em Juiz de Fora. O investimento estimado chega a R$ 3 bilhões, a serem realizados no período de dez anos, com a geração de quase 4 mil empregos, entre diretos, indiretos, permanentes e temporários. A assinatura ocorreu durante evento realizado no Teatro Paschoal Carlos Magno, seguido de coletiva de imprensa, com a presença da prefeita, Margarida Salomão; do CEO da Braspell, Luiz Guilherme Batalha; do secretário de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade, Ignacio Delgado; do presidente da Câmara Municipal de Juiz de Fora, Juraci Scheffer; do presidente da Associação Comercial de Juiz de Fora, Aloísio Vasconcellos.
Segundo informações do site da Prefeitura de Juiz de Fora, criada para contribuir com o esforço mundial de substituir fontes fósseis de combustíveis pelas de base florestal, a Braspell produz pellets de madeira para atender a grande demanda mundial, em termelétricas movidas a carvão mineral. Em uma primeira fase de implantação, Juiz de Fora contará com um centro logístico, destinado a viabilizar embarques ferroviários de toras de eucaliptos para serem transformadas em cavacos de madeira, em unidade industrial localizada no Porto de Itaguaí (RJ). A capacidade inicial de processamento anual esperada é de 250 mil toneladas.
Na segunda fase, a cidade receberá uma unidade de fabricação de pellets, com capacidade projetada de processamento anual de 600 mil toneladas, e potencial para alcançar até 1,8 milhão de toneladas.
Em seu discurso, a prefeita Margarida Salomão classificou o investimento como “portador de futuro”, lembrando a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), no último mês, e os compromissos assumidos pelo Brasil no combate às mudanças climáticas. “A agenda do mundo é sustentabilidade socioambiental. A instalação da Braspell não significa somente o uso de tecnologia inovadora, mas, também, o diálogo com os produtores rurais que plantaram eucalipto na região. Acredito que estamos abrindo um novo capítulo, com uma nova forma de produção de energia na cidade, assim como, no passado, Juiz de Fora protagonizou”.
O CEO da Braspell, Luiz Guilherme Batalha, falou sobre a escolha de Juiz de Fora para o investimento. “Uma das razões principais da escolha é que existe muita oferta de madeira. Existem muitos plantios, o relevo da região e o fato de você não ter, por exemplo, a competição da soja, como em outras regiões do Brasil, onde a agricultura compete demais com a florestas e acaba inviabilizando a formação de uma floresta com valor. Então, essa característica de valor, o clima, o relevo, e a logística foram determinantes para a decisão”, afirmou.
Geração de empregos
Já na construção da unidade industrial, a empresa estima que sejam criados cerca de 1.400 empregos diretos e temporários. No processo industrial, são estimados 250 postos diretos e permanentes. Já em atividades florestais, a Braspell pode empregar até 1.100 profissionais. A geração de empregos indiretos pode chegar a 4 mil postos. Os números consideram a fábrica em operação com três linhas de pellets e uma termoelétrica. A vinda da Braspell Bioenergia para Juiz de Fora vai além das implicações importantes que produzirá na geração de emprego, elevação da renda e aumento da arrecadação no município.
Economia sustentável
Com a instalação da Braspell, a Prefeitura dá mais um passo na missão de transformar a cidade em um Polo Nacional de Energias Renováveis. Para o secretário de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade, Ignacio Delgado, a vinda da Braspell Bioenergia para Juiz de Fora vai além das implicações importantes que produzirá na geração de emprego, elevação da renda e aumento da arrecadação no município.
“Trata-se de uma empresa que aproveita a grande reserva de eucalipto existente na cidade para produção de cavacos e pellets, um produto que, valendo-se de material renovável, tem efeito calórico próximo ao carvão mineral. Uma vez que sua produção exige reflorestamento contínuo, contribui para a mitigação das emissões de carbono e se articula à missão Juiz de Fora, polo em energias renováveis, que integra o Plano de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo de Juiz de Fora”, explica.
“Na transição energética em curso, considerando a necessária diversidade da matriz energética brasileira, a instalação de Braspell em Juiz de Fora é um passo importante para a cidade e uma contribuição relevante de Juiz de Fora para o Brasil, na busca de soluções para a construção de uma economia sustentável”.
“A Braspell chega no município para ajudar a reverter os males do aquecimento global, da concentração de CO2 na atmosfera, e juntos, nós, empresários, e poder público vamos fazer nossos esforços para tornar cada vez mais sadia a saúde do planeta”, concluiu Batalha.
Na ocasião, também foi assinada pela Prefeitura e a Associação Comercial a “Carta de Juiz de Fora”, a partir de diálogo com o setor empresarial da cidade, apresentando ao governo de Minas Gerais como um desdobramento da reunião com o governador Romeu Zema, realizada em 15 de julho na Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACEJF).
Nesse documento, construído com participação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede), Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo de Juiz de Fora (Sedic) e ACEJF, são apontados elementos para a definição de compromissos mútuos em favor do desenvolvimento de Juiz de Fora e Região.