O Brasil terá em Tóquio a maior delegação de sua história em edições de Jogos Olímpicos fora do território nacional. Com o anúncio oficial de que a equipe de atletismo terá 51 integrantes na capital japonesa e a convocação da equipe de canoagem velocidade, o Time Brasil já projeta 306 vagas garantidas, em 33 modalidades. Até então, o recorde pertencia aos Jogos de Pequim, em 2008, quando o Brasil teve 277 atletas.
Por enquanto, dos 306 garantidos, 263 estão com passaporte carimbado, com nome e sobrenome confirmados. Os outros dependem de convocações, como as equipes masculina e feminina de handebol. Dentro desse universo de 263, há 215 (80%) integrantes da “Nação Bolsa Atleta”, grupo formado pelos contemplados pelo programa de patrocínio direto do Governo Federal Brasileiro. Se os 22 atletas do futebol masculino, que não integra o programa, forem suprimidos da conta, o percentual de patrocinados pela ação da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania sobe para 89% da delegação.
A maior parte dos bolsistas classificados para Tóquio integra a categoria Pódio, a principal do programa. Com repasses mensais de R$ 5 mil a R$ 15 mil, é voltada para atletas que se posicionam entre os 20 melhores do mundo em suas modalidades. São 91 atletas nessa condição. Outros 53 integram a categoria Olímpica, 49 estão na Internacional e 22 na Nacional. Na divisão por gênero, há um quase equilíbrio: são 124 do sexo feminino (47%) e 139 do sexo masculino (53%).
“Todos sabemos da ligação que o brasileiro tem com os esportes e a vocação de nosso povo para revelar talentos nas mais diversas modalidades. Por isso, o Governo Federal trabalha para garantir que cada vez mais nossos atletas tenham as melhores condições de desenvolverem seus talentos”, afirmou João Roma, ministro da Cidadania.
No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, o desembolso direto do Bolsa Atleta para as 33 modalidades em que o Brasil terá representantes foi de R$ 292,3 milhões. Em 2021, a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania divulgou a maior lista da história do programa, com 7.197 contemplados entre olímpicos e paralímpicos, com um investimento de R$ 145 milhões.
“O Bolsa Atleta é um programa muito robusto, de grande capilaridade, que reconhece o mérito esportivo dos atletas brasileiros e ajuda a dar condições para que eles foquem a atenção no que é estritamente necessário no alto rendimento, que é a combinação de treinos, alimentação, equipamentos e viagens para competições. O programa tem merecido todo o carinho de nossa gestão”, disse o secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marcelo Magalhães.
O Governo Federal é o maior patrocinador do esporte olímpico e paralímpico no país, com um investimento anual superior a R$ 750 milhões. Nesse valor estão abrigados o tripé que hoje representa a maior fonte de investimento do esporte brasileiro. Além do Bolsa Atleta, entram na conta a Lei das Loterias e a Lei de Incentivo ao Esporte. Em 2020, a Lei das Loterias destinou, apenas ao Comitê Olímpico do Brasil (COB), R$ 292,5 milhões, valores destinados às diversas confederações filiadas. Outros R$ 163,1 milhões foram repassados ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Adicionalmente, no ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, a Lei de Incentivo ao Esporte teve 699 projetos voltados ao alto rendimento aprovados para captação de recursos. O valor captado no período supera os R$ 640 milhões.
A onipresença da Nação Bolsa Atleta é visível em várias dimensões. Em 18 das 33 modalidades em que o Brasil tem presença garantida, 100% dos atletas são patrocinados. São os casos dos seis atletas do tênis de mesa, dos oito do vôlei de praia, dos quatro dos saltos ornamentais, dos cinco do ciclismo (levando em conta Mountain Bike e BMX), dos sete da ginástica artística e dos três do taekwondo, por exemplo.
Presidente da Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais, Ricardo Moreira ressalta que a modalidade tem sido diretamente beneficiada pelos investimentos. “A maior parte dos nossos atletas recebem o Bolsa Atleta, incluindo 100% dos que estão indo a Tóquio. É um benefício que faz a diferença não só no nosso esporte, como em toda a seleção brasileira, com 80% da delegação entre os patrocinados”, comentou o dirigente.
Um desses atletas contemplados nos saltos ornamentais é Kawan Pereira, de 19 anos. Ele disputará em Tóquio sua primeira edição de Jogos Olímpicos, na prova da plataforma de dez metros. Integrante da categoria Internacional do programa, ele define como essencial o suporte do Governo Federal. “É fundamental porque me ajuda a ter a frequência adequada nos treinos, auxilia na alimentação mais correta e é um incentivo a mais para me empenhar nas competições”.
Nos dois esportes individuais de maior projeção olímpica, o atletismo e a natação, o Bolsa Atleta também tem grande destaque. Dos 51 do atletismo, 48 (94%) fazem parte atualmente do programa. Dos 26 da natação, 25 (96%) integram a lista. No judô, modalidade individual em que o Brasil conquistou mais medalhas na história dos Jogos Olímpicos, 11 (84%) dos 13 representantes recebem os recursos diretos que ajudam aos atletas a garantir o foco exclusivo no alto rendimento. Historicamente, o Bolsa Atleta já concedeu 69,8 mil bolsas a 27,3 mil esportistas, num investimento somado de R$ 1,2 bilhão.
“Cada modalidade tem uma realidade. O Bolsa Atleta, desde 2005, vem apoiando o esporte nacional. Eu já fui atleta, já estive do outro lado, e já fui bolsista. A gente sabe que ajuda e ajuda muito. E cada vez mais o atleta vem tendo a noção de como se preparar melhor, onde investir esse dinheiro, seja em suplementação, equipe multidisciplinar, equipamentos. O Bolsa Atleta é de grande valia para cada modalidade, para cada atleta, na melhora de sua performance, que chega momento mais importante em Jogos Olímpicos e Paralímpicos”, afirmou o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Bruno Souza.
Fonte: Ministério da Cidadania