O fundista Yeltsin Jacques voltou a reviver seus bons momentos na prova dos 5.000m masculino na manhã desta quinta-feira, 17.06, durante a Seletiva do atletismo paralímpico, que acontece no CT de São Paulo. Mesmo em uma classe diferente da sua habitual (passou da T12 para T11) e com uma estratégia de revezar entre dois atletas-guia durante a disputa, o sul-matogrossense bateu o índice paralímpico e agora aguarda o final da seletiva para confirmar a vaga no evento na capital japonesa.
Logo na primeira largada do dia, Yeltsin Jacques, que nasceu com baixa visão, completou a prova em 15min24s27 e foi mais rápido do que a marca pré-estabelecida, de 15min39s92. Até o ano passado, o atleta pertencia à classe T12, na qual é opcional o uso do guia. Após uma reclassificação oftalmológica no início de 2021, Yeltsin foi considerado para a classe T11, na qual é obrigatória a corrida ao lado de um guia.
“Foi uma prova maravilhosa, corremos ritmados, estávamos bem preparados, e agora vamos atrás dessa medalha de ouro em Tóquio. O tempo ficou dentro do esperado”, afirmou Yeltsin Jacques, que começou a carreira nas Paralimpíadas Escolares de 2007. O fundista é integrante da categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro, executado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
Para superar o índice, Yeltsin e sua comissão técnica adotaram uma estratégia para adaptá-lo melhor à nova classe: o revezamento entre atleta-guia durante a prova. Yeltsin começou a disputa dos 5.000m com o guia paraguaio Carlos Gonzalez nos primeiros 3.500m e finalizou os últimos 1.500m com o guia Lutimar Abreu Paes, ouro no Mundial de atletismo em Dubai 2019 com o atleta Julio Cesar Agripino nos 1.500m pela classe T11.
“Pensamos em fazer a primeira parte da prova com o Carlos, que corre mais ‘ritmado’, em cima da marca que precisávamos. E depois entramos com o Lutimar, que é mais rápido, de corrida curta, para baixar um pouco a marca no final”, explicou Yeltsin.
“O momento da troca do guia é aquela em que temos de prestar bastante atenção porque o espaço é curto e qualquer erro pode desclassificar o atleta. E é justamente entre os 3.00m e 4.000m que se decide muita prova. Então, conseguimos fazer essa troca corretamente e ajudar o Yeltsin a bater o índice”, completou Lutimar Paes.
Entre as principais conquistas da carreira, o fundista nascido em Campo Grande conquistou uma medalha de prata nos 1.500m e um bronze nos 800m no Mundial da França 2013, ouro nos 1.500 e nos 5.000m nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, além de um bronze na prova de 5.000m e outro ouro nos 1.500m no Parapan de Lima 2019.
Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro