O objetivo do peso leve do Brasil, Eduardo Katsuhiro Barbosa, no Campeonato Mundial de Judô que está sendo disputado em Budapeste, Hungria, nesta semana, era buscar um bom resultado para assegurar a vaga direta nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Os planos, contudo, foram abreviados no segundo combate do judoca contra o georgiano Lasha Shavdatuashvili, que fechou o dia com o título mundial. Ele já tinha um ouro olímpico no 66kg e um bronze no 73kg, de Londres e Rio, respectivamente. Com isso, Eduardo terá que aguardar o fechamento do ranking olímpico para saber se ficará com uma das cotas continentais, que hoje está com Eduardo Yudy Santos (81kg), que luta nesta quarta em busca de vaga direta.
“Pensando na classificação para as Olimpíadas, ficou meio complicado. Não sei como vão ficar as pontuações ainda. O que posso fazer agora é contribuir na competição por equipes mistas. Vou me empenhar para vencer todas as lutas e trazer essa medalha para o Brasil”, projetou.
A disputa por equipes mistas é a grande novidade do Judô neste ciclo olímpico e estará em Tóquio. O Brasil tem uma prata e um bronze em Mundiais e é o número dois do ranking das equipes atualmente. Ao todo, seis pesos integram a equipe: 57kg, 70kg, +70kg, 73kg, 90kg e +90kg. A competição fecha o Mundial no dia 13 de junho.
Em cima da regra
Em sua primeira luta em Budapeste, Eduardo conseguiu uma vitória inusitada contra o argelino Fethi Nourine. Com um sangramento na boca, Nourine precisou sair do combate para receber atendimento médico e não teve condições de continuar a luta.
“Venci em cima da regra. Quando a pessoa é atendida pelo médico três vezes, ela é desclassificada. Ele estava com a boca sangrando e precisou ser atendido. Assim, venci minha primeira luta”, explica.
Em seguida, ele precisaria passar por Shavdatuashvili para se manter “vivo” na disputa por um lugar no bloco final. O combate desenvolveu-se de forma equilibrada e o placar permaneceu zerado no tempo regulamentar. No Golden score, o Georgiano conseguiu projetar Katsuhiro e marcar o ippon para sair vitorioso. “O Lasha é um adversário forte. Já tinha lutado e treinado com ele. Já conhecia bastante, estava confiante. Hoje eu estava num dia bom, me sentindo bem. Mas, infelizmente, o resultado não veio”, concluiu.
Golden Score “infinito”
Nas súmulas constarão que Ketelyn Nascimento, brasileira do peso Leve (57kg), fez apenas duas lutas em seu primeiro Mundial Sênior. Mas a história contará que a novata brasileira travou uma das maiores batalhas da Laszlo Papp Arena, levando a campeã europeia e dona da casa, Hedvig Karakas, a um golden score de infinitos onze minutos. Somando-se o tempo normal de quatro minutos, pode-se considerar, portanto, que a brasileira fez, aproximadamente, quatro lutas em uma.
A vitória no placar não veio por pouco. Ketelyn chegou a imobilizar Karakas por oito segundos, mas a húngara escapou e sobreviveu ao que seria um waza-ari para a brasileira no tempo extra. Antes, Ketelyn já havia defendido uma chave de braço e, no fim do combate, a húngara encaixou outra, dessa vez indefensável.
“Eu já tinha sentido meu braço estalar na primeira chave, ficou um pouco dormente. Ela percebeu e fez ataques mais efetivos no meu lado esquerdo. Na segunda chave não consegui resistir, bati. Mas, tenho que manter a cabeça em pé. Não acabou a competição por aqui. Ainda temos a competição por equipes e pode ser que a Hungria venha com ela também”, explicou a brasileira, já projetando uma possível revanche na competição por equipes mistas, no dia 13.
Ketelyn foi a única representante do Brasil no peso leve feminino. Atual número 32 do mundo, ela estava fora da zona de ranqueamento direto e por cotas dos Jogos Olímpicos. Agora, a brasileira aguarda a atualização do ranking ao final do Mundial para saber se conseguirá ou não a sonhada vaga em sua primeira olimpíada.
Nesta quarta, o judô brasileiro terá quatro representantes no tatame húngaro: Aléxia Castilhos (63kg), Ketleyn Quadros (63kg), Eduardo Yudy Santos (81kg) e Guilherme Schimidt (81kg) lutarão a partir das 5h da manhã. São mais quatro chances para o Brasil tentar buscar seus primeiros pódios neste Mundial que fecha a corrida olímpica.
Fonte: Confederação Brasileira de Judô