No dia das finais por aparelhos do Campeonato Pan-Americano de Ginástica, o Brasil mais uma vez foi soberano na Arena Carioca 1, no Rio de Janeiro. Caio Souza, que já havia conquistado o ouro no individual geral e na competição por equipes, somou mais três peças à coleção: foi o primeiro nas argolas (14.700), no salto sobre a mesa (14.575) e nas paralelas (14.900). O generalista deixou o ginásio com cinco ouros.
Mesmo com todas essas conquistas, o atleta, um perfeccionista, ainda estava se lamentando, à tarde, por uma queda do cavalo com alças, sofrida pela manhã, que lhe tirou as chances de obter uma sexta medalha. “Fico me remoendo um pouco por causa do cavalo, porque a gente treina muito. Mas, apesar disso, estou feliz pelos resultados. O Pan-Americano foi um bom esquenta para os Jogos Olímpicos. Agora só falta a reta final da preparação. É caprichar um pouco mais nuns passinhos, uma postura aqui e outra ali”.
No quadro geral de medalhas, o Brasil terminou com nove ouros, duas pratas e cinco bronzes. A Colômbia somou dois ouros, seis pratas e três bronzes. A Argentina conseguiu dois ouros, cinco pratas e sete bronzes. Já o México obteve um ouro, três pratas e um bronze. Os Estados Unidos, depois de assegurar uma vaga individual, por meio de Paul Juda, optou por não disputar as finais por aparelhos.
Aparelho por aparelho
Nas paralelas, Diogo Soares, competindo mais solto depois de conquistar, na sexta-feira, a vaga para o Brasil, assegurou um bronze (14.050), atrás do colombiano Javier Sandoval (14.500).
Nas paralelas assimétricas, Lorrane Oliveira, com uma execução muito próxima da perfeição, sagrou-se campeã, com a nota 13.867. Christal Bezerra, também muito técnica, completou a dobradinha brasileira, com 12.967. A argentina Martina Dominici assegurou o bronze, com 12.767.
Outro grande destaque brasileiro nas finais foi Ana Luiza Lima. Ao som de um tango de Astor Piazzolla, a jovem paranaense conquistou a medalha de ouro no solo, com a nota 12.967. Christal fez companhia a Ana no pódio, ao faturar o bronze, com 12.767. Entre as duas brasileiras ficou a argentina Martina Dominici (12.800).
Mais um talento em ascensão, Júlia Soares, de 16 anos, conseguiu a medalha de bronze na trave, logo em sua primeira competição da categoria adulta. Com a nota 12.333, ficou atrás da costa-riquenha Luciana Alvarado (13.033), que se classificou para a Olimpíada, e da mexicana Paulina Martinez.
No solo, o jovem Tomás Florêncio brilhou, com vários saltos cravados, e conquistou a medalha de prata (13.100). O brasileiro foi superado apenas pelo equatoriano Israel Chiriboga (13.550). O argentino Julian Jato (13.050) completou o pódio.
No cavalo com alças, nosso maior especialista no aparelho, Francisco Barretto Júnior, não cometeu grandes falhas, mas apresentou alguns probleminhas na execução. A prova foi equilibrada. Os três finalistas obtiveram a mesma nota (13.000). A definição se deu pelos critérios de desempate e, como a execução do brasileiro foi a pior entre os três, ele ficou atrás do argentino Santiago Mayol e do colombiano Javier Sandoval.
Arthur Nory, campeão mundial na barra fixa, não conseguiu reeditar a bela atuação na fase classificatória e acabou na oitava colocação, com 11.500. Diogo Soares foi o sétimo (12.500). O pódio foi formado pelos colombianos Javier Sandoval (13.900) e José Manuel Martinez Moreno (13.300) e pelo argentino Santiago Mayol (12.900).
Fonte: Confederação Brasileira de Ginástica