Rebeca Andrade vence o individual geral no Pan e conquista vaga em Tóquio

O principal objetivo do Brasil no Campeonato Pan-Americano de Ginástica foi alcançado. A brasileira Rebeca Andrade ficou em primeiro lugar no individual geral e conquistou uma das duas vagas para os Jogos Olímpicos de Tóquio que estavam em jogo na Arena Carioca, no Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro. Rebeca somou 56.700 pontos, obtendo 14.800 no salto, 14.400 nas paralelas assimétricas, 13.800 na trave e 13.700 no solo. Ela se classificou para a final de todos os aparelhos em primeiro lugar, com exceção do salto. Por priorizar o individual geral, fez apenas um.

O Brasil conquistou também a primeira colocação da competição por equipes, com 160.733, seguido por México (152.601) e Argentina (149.533). A equipe brasileira foi formada por Rebeca, Lorrane Oliveira, Christal Bezerra, Julia Soares e Ana Luiza Lima.

Rebeca conquistou a vaga nominal, e fará companhia a Flávia Saraiva, que se classificou para os Jogos de Tóquio no Mundial de Stuttgart, em 2019. Lorrane Oliveira, que também lutava pela vaga, ficou em quarto, atrás da argentina Martina Dominici, que já estava classificada para Tóquio, e da costa-riquenha Luciana Alvarado, que também vai ao Japão. Se Rebeca não tivesse ficado à frente, Lorrane teria obtido a vaga, ao lado de Luciana.

“Estou muito feliz com a apresentação. Minha carreira na ginástica foi muito brilhante e, ao mesmo tempo, difícil. Foram várias situações que tive que enfrentar. Estava há muito tempo sem competir. Disputar uma competição, mesmo no nosso País, e manter a calma, foi difícil. Tentei manter essa calma durante a competição inteira e deu certo. Sou muito grata ao Xico (Francisco Porath), meu treinador desde que sou pequenininha, que me entende, entende as minhas limitações e me respeita, independentemente do que aconteça, da equipe multidisciplinar, que me ajuda a ficar forte, que deixa a minha mente ficar boa”, disse Rebeca.

Durante sua apresentação na trave, Rebeca se desequilibrou e, com muita dificuldade, conseguiu evitar uma queda, o que fez muitos torcedores perderem o fôlego em casa. “Se estivesse nervosa, naquele momento de desequilíbrio que eu tive na trave, no desespero de tentar me controlar pra voltar, talvez tivesse caído. Treinei muito com a minha psicóloga, e isso foi muito importante.

Francisco Porath, um dos dois coordenadores da Seleção Feminina, comentou o resultado. “Passamos por um período difícil. Tivemos que lidar com a pandemia. Procuramos adequar o treinamento e torná-lo bem individualizado para que cada uma das ginastas pudesse apresentar o melhor rendimento possível. A preparação foi feita da melhor forma, fizemos estágios de treinamento, sempre seguindo os protocolos. As ginastas mais novas também cumpriram seu papel. Está todo mundo de parabéns”.

As brasileiras se classificaram para três finais de aparelhos. Rebeca obteve vaga na final da trave, das paralelas assimétricas e do solo, mas será poupada. Assim, Lorrane, que obteve a segunda melhor nota nas assimétricas (13.400) e Christal Bezerra, que conseguiu a quarta melhor nota (12.733), serão as representantes do País nesse aparelho.

Na trave de equilíbrio, a jovem Julia Soares se classificou com a segunda melhor nota (13.333). Christal, a sétima (12.733), também avançou. No solo, Ana Luiza Lima, dona da segunda melhor nota (13.033), foi para a final. O Brasil só não terá representantes no salto sobre a mesa, porque todas as ginastas do País optaram por fazer apenas um salto.

Dos 12 convocados para a Seleção Brasileira no Pan de Ginástica, 11 integram o Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro. Cinco deles (Rebeca Andrade, Arthur Nory, Arthur Zanetti, Caio Souza e Francisco Barreto Jr.) pertencem à categoria Pódio, a principal do programa executado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

Fonte: Confederação Brasileira de Ginástica




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