No marco de 100 dias para a abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, celebrado neste domingo (16.05), a delegação brasileira começa a se consolidar. Segundo informações do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o país já acumula 178 vagas, em 14 modalidades; Desse grupo, 30 nomes, em seis modalidades, têm o selo de garantidos na edição japonesa dos Jogos em 2021. Os outros dependem de convocações, índices ou rankings. Dos 30, 100% fazem parte do Bolsa Atleta, o programa de patrocínio individual do Governo Federal, executado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
De acordo com informações da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério da Cidadania, o investimento do Governo Federal via Bolsa Atleta, nas 14 modalidades garantidas no ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, chega a R$ 69,93 milhões.
“É uma enorme satisfação saber que 100% dos atletas qualificados até aqui para os Jogos Paralímpicos têm o suporte do Governo Federal. Na semana passada, lançamos a maior lista da história do Bolsa Atleta e, no grupo de 7.197, temos 1.637 paralímpicos. Isso fora os integrantes da categoria pódio, em que os paralímpicos sempre se destacam”, disse o secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marcelo Magalhães. “Isso é retrato de um olhar amplo para o esporte por parte do Governo Federal. Esperamos, como sempre, mais uma vez um show de nossa delegação paralímpica, agora em Tóquio”, completou.
Os Jogos Paralímpicos estão previstos para o período de 24 de agosto a 5 de setembro. A estimativa do CPB é de que o número final de atletas nacionais fique em torno de 230, com 150 homens e 80 mulheres, em 20 modalidades das 22 previstas no programa.
O maior quantitativo projetado é no atletismo, com até 54 inscritos. Desses, 13 já tiveram o passaporte confirmado pelos critérios do CPB ao conquistarem o ouro no Mundial de Dubai, em 2019. Todos integram a categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta, com repasses mensais que variam de R$ 5 mil e a R$ 15 mil, de acordo com a colocação no ranking mundial.
A lista inclui Alessandro Rodrigo (F11), Claudiney Batista (F56), Cícero Nobre (F57), Elizabeth Gomes (F52), João Vitor Teixeira (F37) e Thiago Paulino (F57) nas provas de campo, além de Daniel Martins (T20), Jerusa Geber (T11), Júlio César Agripino (T11), Lucas Prado (T11), Petrúcio Ferreira (T47), Rayane Soares (T13) e Thalita Simplício (T11) nas pistas.
A natação é a segunda modalidade que deve levar mais representantes a Tóquio, com até 35. Também de acordo com critérios do CPB, os campeões no Mundial de Londres, em 2019, estão no grupo. São eles Daniel Dias (S5), dono de 14 ouros paralímpicos e que se despedirá oficialmente das piscinas em Tóquio, Edênia Garcia (S3), Wendell Belarmino (S11) e Maria Carolina Santiago (S12). Os quatro integram a categoria Pódio do Bolsa Atleta. Em junho, atletas da natação e do atletismo terão uma fase seletiva no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, para que as outras vagas sejam preenchidas.
Estreia promissora
Os Jogos de Tóquio marcarão ainda a estreia de duas modalidades: o parabadminton e o parataekwondo. Nesta última, o Brasil tem vagas para três atletas, e uma presença garantida é a da campeã mundial Débora Menezes (+ 58kg), da categoria Pódio do Bolsa Atleta. “A preparação está a todo vapor. Estou fazendo a reta final de treinamento em Curitiba. Muita ansiedade e confiança”, disse Débora, que conquistou o título em Antalya, na Turquia, em 2019.
O Brasil ainda aguarda definições no halterofilismo, judô, parabadminton, tênis em cadeira de rodas e triatlo. O país tem atletas nas dez primeiras posições nos rankings mundiais nessas modalidades, e o período de classificação termina neste primeiro semestre. O basquete e o rúgbi em cadeira de rodas são as modalidades em que o Brasil não conseguiu classificação.
Coletivas
Dona da maior hegemonia dos Jogos Paralímpicos, a Seleção Brasileira de futebol de 5, foi a primeira a carimbar o passaporte, em junho de 2018, na Espanha, ao tornar-se campeã mundial pela quinta vez. Dez atletas buscarão em Tóquio o pentacampeonato em sequência. Desde que a modalidade passou a integrar o programa dos Jogos, em 2004, o Brasil conquistou todos os ouros.
O goalball terá 12 representantes, sendo seis na equipe feminina e seis na masculina. A classificação brasileira veio no Mundial da Suécia de 2018. Na ocasião, o time masculino foi campeão mundial e o feminino ficou com o bronze.
Centésimo ouro
O CPB estabeleceu como meta manter-se entre as dez principais potências do planeta nos Jogos Paralímpicos. Nos Jogos Rio 2016, o Brasil somou 72 medalhas: 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes. O resultado deixou a delegação na oitava colocação no quadro geral. Historicamente, o Brasil acumula 87 ouros, 112 pratas e 102 bronzes. Se conquistar mais 13 ouros em Tóquio, o país chegará ao centésimo. No total, 64 atletas paralímpicos conquistaram as 87 medalhas de ouro do Brasil.
Fonte: Ministério da Cidadania