O Governo Federal e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciaram, nesta terça-feira (11.05), em Brasília, que toda a delegação brasileira – olímpica e paralímpica – que disputará os Jogos de Tóquio será imunizada contra a Covid-19 antes do embarque para o Japão. A iniciativa vale não apenas para atletas, mas para todos os profissionais credenciados para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, entre técnicos, integrantes das comissões técnicas, árbitros, dirigentes e profissionais de imprensa.
O anuncio foi realizado em entrevista coletiva no Ministério da Saúde, que contou com a presença do ministro da pasta, Marcelo Queiroga, além do ministro da Cidadania, João Roma; do secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marcelo Magalhães; do diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, major-brigadeiro Isaias Carvalho; e do vice-presidente do COB, Marco Antônio La Porta.
“É um momento de agradecimento a essa articulação entre o Ministério da Cidadania, o Ministério da Saúde, o Ministério da Defesa e o Comitê Olímpico para que todos possamos superar essas dificuldades e, de forma positiva, fazer o Brasil brilhar no Japão com segurança e sem qualquer prejuízo ao Programa Nacional de Imunização. Esperamos que isso estimule as novas gerações”, afirmou o ministro João Roma.
As vacinas a serem aplicadas nos integrantes da delegação brasileira foram doadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que as repassou ao COB. A entidade esportiva fará na sequência o repasse ao Governo Federal. Elas não interferem no programa de vacinação em curso no Brasil e se somam ao esforço para imunizar a população brasileira. No total, cerca de 1.800 integrantes das delegações olímpica e paralímpica serão imunizados. Adicionalmente, outros 3.600 brasileiros serão vacinados pelo Programa Nacional de Imunização do Governo Federal a partir de doses extras doadas pelo COI.
“Torcer pelo Brasil e torcer pelos nossos atletas é algo que acalenta a nossa alma. Vamos fazer essa iniciativa contando com o apoio de farmacêuticas que doaram essas doses, de tal maneira que não haverá desfalque ao Programa Nacional de Imunização”, ressaltou o ministro Marcelo Queiroga.
“Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos sempre tiveram enorme significado, não apenas para o esporte, mas para o mundo, no sentido de levar uma mensagem de que a união entre os povos é possível. Em um momento de dificuldade como o que atravessamos em função da pandemia, os Jogos do Japão enviarão também a mensagem de esperança. Mas, para isso, é preciso que os eventos sejam seguros. A vacinação de todos os envolvidos ajuda a garantir isso”, disse o secretário Marcelo Magalhães.
Marco Antônio La Porta ressaltou que, desde o início, a preocupação em não afetar o Programa Nacional de Imunização foi requisito nas tratativas. “O COB sempre se posicionou a favor de seguir o Programa Nacional de Imunização. Só abrimos conversas sobre a possibilidade de imunizar a delegação quando confirmamos que para cada atleta ou oficial vacinado o país receberia mais duas doses para imunizar a população brasileira. Essa é uma contribuição do Movimento Olímpico neste momento tão difícil que o mundo enfrenta”, declarou o dirigente do COB, que será o chefe de missão do Brasil nos Jogos Olímpicos.
Programação
A vacinação dos integrantes da delegação brasileira, que utilizará imunizantes da Sinovac e da Pfizer, tem início nesta quarta-feira (12.05), em Fortaleza, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
De acordo com o COB, o prazo-limite para a aplicação da segunda dose em todos os participantes dos Jogos Tóquio 2020 é 21 de junho, 15 dias antes do primeiro embarque para o Japão e a 33 dias da abertura dos Jogos Olímpicos, em 23 de julho. Por meio desse acordo, serão beneficiados também os participantes dos Jogos Paralímpicos, que serão disputados de 24 de agosto a 5 de setembro.
Nesta sexta-feira (14.05), dezenas de atletas olímpicos e paralímpicos serão vacinados no Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEX), na Urca, no Rio de Janeiro, em um evento que marcará oficialmente o início do programa de imunização da delegação nacional.
O Ministério da Defesa será responsável pela logística da vacinação e ofereceu instalações militares em seis cidades: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. O COB, por sua vez, levará os atletas até a capital mais próxima de onde estão para receber a aplicação.
Para facilitar a logística, o COB disponibilizou instalações para servirem de base de vacinação, como o Centro de Treinamento Time Brasil, no Rio de Janeiro, e, em parceria com a Confederação Brasileira de Vôlei (COB), o Centro de Desenvolvimento do Vôlei, em Saquarema. Além disso, o Comitê Paralímpico Brasileiro 9CPB) cedeu o seu Centro de Treinamento em São Paulo.
Audiência pública
A vacinação e os protocolos de saúde da delegação brasileira para os Jogos de Tóquio também foram temas de audiência pública na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados nesta terça-feira. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Bruno Souza; o presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley Teixeira; a presidente da Comissão de Atletas do COB, Yane Marques; o diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Jonas Rodrigo de Oliveira; e o presidente da Comissão Nacional de Atletas, Mosiah Rodrigues, participaram da audiência.
“Essa articulação entre o Ministério da Cidadania, o Ministério da Saúde, o Ministério da Defesa e o Comitê Olímpico, que resultou na vacinação da delegação brasileira que irá disputar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, foi muito bem feita. Isso dará segurança e tranquilidade a todos os envolvidos, não apenas aos atletas, mas aos técnicos, integrantes das comissões técnicas, árbitros, dirigentes e profissionais de imprensa que trabalharão no Japão durante os Jogos”, frisou Bruno Souza.
“O Comitê Olímpico Internacional foi feliz em assegurar as doações das vacinas para os comitês nacionais, não apenas o do Brasil. Tenho certeza de que essa ação deixará não apenas as delegações mais seguras durante os Jogos, como também a sociedade japonesa, que receberá representantes de todo o mundo para as Olimpíadas e Paralimpíadas”, completou o representante do Ministério da Cidadania.
Fonte: Ministério da Cidadania