Na sequência, com a confirmação da vitória da Noruega sobre a Coreia do Sul por 44 x 31, os nórdicos ficaram com a primeira colocação, com três vitórias em três jogos, e o Brasil levou a segunda vaga.
Com isso, é a sexta vez na história dos Jogos Olímpicos que o Brasil terá uma equipe masculina representando o país na modalidade. O melhor resultado até agora foi a sétima posição no Rio 2016. No feminino, o Brasil já tinha vaga garantida na capital japonesa por haver conquistado o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019. Naquela ocasião, o time masculino foi eliminado exatamente pelo Chile.
A campanha do Brasil na seletiva teve início na sexta-feira (12.03), com derrota por 32 x 20 diante da Noruega. No sábado, contra a Coreia do Sul, a equipe nacional se recuperou em quadra e venceu por 30 x 24. Neste domingo, foi a vez de superar o Chile. Com a classificação do handebol masculino, o Time Brasil soma agora 195 vagas confirmadas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 21 modalidades.
“Nós estamos felizes demais e completamente exaustos”, disse o goleiro Ferrugem, em entrevista à Federação Internacional de Handebol. “Fizemos tudo o que era possível no jogo, mas o diferencial foi o segundo tempo. No primeiro, acho que tentamos correr sem inteligência e sabedoria, mas no segundo recuperamos o jogo brasileiro e atuamos com consciência”, completou.
Ex-atleta da Seleção Brasileira e secretário nacional de Alto Rendimento do Ministério da Cidadania, Bruno Souza celebrou a conquista nacional. “Ficamos muito felizes com a atuação do Brasil nessa seletiva para Tóquio. É uma classificação de meninos dedicados. Estive com eles em dezembro, em Portugal, antes do Mundial, e pude ver isso”, comentou o secretário.
“Tivemos um primeiro jogo difícil contra a Noruega, mas eles sabiam que não eram eles os nossos adversários diretos. O importante foi que eles mantiveram o foco forte para jogar contra a Coreia do Sul e garantiram a vaga num jogo dramático contra o Chile, uma virada sensacional, uma atuação incrível do goleiro Ferrugem e de toda a equipe”, completou Bruno Souza.
Desenho esboçado
Com o resultado das seletivas em Montenegro e em outras cidades europeias, estão definidas as 12 seleções que brigarão pelas medalhas em Tóquio. Além de Japão, Dinamarca, Argentina, Egito, Bahrein e Espanha, previamente garantidos, somam-se a esse grupo, além de Noruega e Brasil, Alemanha, Suécia, Portugal e França. Portugal, aliás, garantiu a vaga no último segundo de um jogo eletrizante contra a França (confira o lance final). A vitória dos lusos tirou as chances da Croácia.
Com 12 times no torneio masculino e 12 no feminino, o handebol em Tóquio será realizado entre os dias 24 de julho e 8 de agosto, no Yoyogi National Stadium. A arena, que também receberá o badminton e o rúgbi em cadeira de rodas, tem capacidade para 10.200 pessoas e foi construída para receber as disputas aquáticas e de basquete nos Jogos Olímpicos de 1964.
Os jogos são realizados em uma quadra de 40m x 20m e os gols medem 3m x 2m. Cada partida tem dois tempos de 30 minutos. A disputa olímpica do handebol tem início com a fase de grupos, sendo que as quatro melhores equipes de cada grupo avançam para as quartas de final. Nessa etapa, tem início o mata-mata, com todos os times se enfrentando. Se as equipes dessa fase empatarem após o tempo regular, a partida pode ter até duas prorrogações, com dois tempos de cinco minutos cada. Se mesmo assim não ocorrer o desempate, a decisão vai para os “pênaltis”, com a realização de tiros de sete metros.
No Rio 2016, Dinamarca, França e Alemanha conquistaram ouro, prata e bronze, respectivamente. No feminino, o título ficou com a Rússia, seguida pela França e pela Noruega. O Pré-Olímpico feminino também está agendado para este mês, entre os dias 19 e 21. A seleção brasileira, contudo, não disputa o torneio por já ter vaga garantida em Tóquio como campeã dos Jogos Pan-Americanos de Lima.
Investimentos federais
O handebol brasileiro conta, desde 2010, com o apoio do Programa Bolsa Atleta do Governo Federal. Até 2019, foram distribuídas 2.880 bolsas, no masculino e no feminino, em um investimento de quase R$ 40,7 milhões. “É uma modalidade que tem muitos adeptos, em todas as categorias, da Estudantil até a Olímpica. É uma das mais praticadas nas escolas do Brasil e muitos atletas participam do programa”, destaca Bruno Souza.
Fonte: Rede do Esporte