Reunião Pública discute a situação das enchentes e necessidade de obras de drenagem no município

Por requerimento do vereador Bejani Júnior (PODE), a Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF) discutiu na última quarta-feira (10), o recorrente problema das enchentes em Juiz de Fora. Estiveram presentes a secretária de Governo, Cidinha Louzada, o diretor-presidente da Cesama, Júlio César Teixeira, o subsecretário de Defesa Civil, Luiz Fernando Martins, entre outros. O vereador proponente levantou questionamentos sobre quais políticas públicas emergenciais estão sendo elaboradas para sanar os problemas, se existe um planejamento de limpeza das bocas de lobo; se existe um estudo para limpeza dos córregos; o que a PJF pode fazer pelas moradias afetadas pela chuva; se existe planejamento para troca das manilhas de captação de águas pluviais; se existe previsão para dragagem do rio Paraibuna; e o que será feito quanto às residências que ficam abaixo do nível do rio, citando o exemplo do bairro Industrial.

A secretária de Governo, Cidinha Louzada, lembrou que há muitos anos a situação se repete e é necessário se debruçar sobre o tema. “Desde quando eu era vereadora os problemas são os mesmos, porque a cidade é a mesma e há muitos anos nada foi feito para modificar drenagem e as coisas que precisam ser feitas”, salientando que o governo quer discutir o Orçamento em cada território, pois cada um tem sua peculiaridade “Para que a gente possa responder certas coisas com precisão, […] nós todos juntos, Câmara e Prefeitura, vamos ter que pensar juntos.”

Em Juiz de Fora são 9 mil bocas de lobo, e a secretária de Governo contou que, ao começar o mandato em janeiro, se deparou com uma equipe de 6 pessoas para dar conta da tarefa. “Assim surgiu o projeto Boniteza”, citando o programa de zeladoria da cidade implementado pela prefeita Margarida Salomão (PT). Já o diretor-presidente da Cesama, Júlio César Teixeira, destacou o papel da equipe da Secretaria de Obras, “pequena, com pouco material e orçamento restrito, com pessoas às vezes de muita idade e que fazem esse sacrifício”, destacando o papel fundamental da população, na manutenção da limpeza das ruas, evitando o bloqueio da drenagem.

Sobre a limpeza dos córregos, o diretor lembrou que há um convênio entre departamento e autarquia para o trabalho de desassoreamento. “Mantivemos um convênio entre Demlurb e Cesama, para a limpeza de córregos, o Demlurb executa a limpeza com o pessoal dele e a Cesama paga por mês R$ 145 mil para fazer essa limpeza”, salientando que certamente a Cesama não teria condições de fazer o trabalho tão bem feito sozinha. Júlio César lembrou também que Juiz de Fora não conta com um órgão responsável pelas águas pluviais, e que foi feito um cálculo em 2014, concluindo que a necessidade de investimento em drenagem era da ordem de R$ 680 milhões. “A Cesama, que tem uma capacidade de investimento e é chamada até de a prima rica no município, levaria 14 anos para investir esse montante.”

O diretor da Cesama destacou que em janeiro a Cesama recebeu 30.600 pedidos de atendimento, em consequência do lançamento das águas pluviais na rede de esgoto sanitário, que não tem capacidade para tal finalidade. O engenheiro explicou que a barragem do São Pedro é usada, em parte, para abastecimento de água dos bairros da Cidade Alta, e a ideia da Cesama é bombear 200 litros por segundo de água do Córrego Carlos Chagas para o abastecimento da região. Com isso liberaria espaço na barragem, antes usado no abastecimento, para captação de água da chuva. “Reduzir um pouco a lâmina d’água daquela barragem para segurar a água das chuvas que vem a montante, de tal forma a aliviar um pouco a água que passa pela BR 440.” 

Além dessa iniciativa, de fazer a bacia de contenção já usando a barragem de São Pedro, será feita pela Cesama uma outra contenção na frente do condomínio Granville, e depois uma terceira barragem antes do Vale do Ipê. “Esse ano o pessoal do Vale do Ipê se desesperou, acharam o telefone lá da Cesama, eu fui pra lá ver e fiquei muito assustado, nunca vi aquela cascatinha naquele nível, e se a água bater naquele nível esse ano a pressão vai ser tão grande que ela vai demolir as casas, então [precisamos] fazer uma terceira barragem no alto daquela cachoeira.” O diretor contou ainda que a empresa MRS Logística se comprometeu a fazer o custeio de obras de drenagem em locais abaixo da linha do trem. 

Defasagem nas obras de drenagem

O presidente da Comissão de Urbanismo, vereador Zé Márcio Garotinho (PV), explicou que muitas das estruturas que conhecemos hoje são obras feitas há quarenta anos, quando a cidade tinha uma população muito menor. “A galeria da rua José Cesário foi construída em 1974 e recebe toda a água do Bom Pastor, Santa Luzia e parte do Alto dos Passos. 1974 são 47 anos atrás, quanto a cidade cresceu depois disso?”, observando também que “quando eu construo um prédio com 10, 15 ou 20 banheiros novos, são 10, 15 ou 20 cozinhas novas também a jogar todo o despejo para essas redes.”

Fonte: Assessoria




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