Em entrevista, Margarida Salomão fala do primeiro mês de sua gestão

Em entrevista concedida na terça-feira (2) à TV Câmara, a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), fez uma análise de seus primeiros 30 dias de gestão da Prefeitura. Dentre os assuntos abordados, a mandatária falou sobre o período de fortes chuvas que atingiram diversos pontos da cidade no mês de janeiro:

“A nossa chegada foi marcada primeiramente por uma chuvarada, como não se via há muito tempo. É claro que é período de chuva, mas nós tivemos águas inclementes, logo nas duas primeiras semanas. Isso afetou naturalmente até o nosso ritmo. Foi até interessante porque também nos colocou para trabalhar mais depressa” explica.

Margarida abordou também a questão do panorama do Coronavírus na cidade. Ela frisa que o alongamento da pandemia faz com que o cenário fique mais agravante, não apenas como crise sanitária, ‘Mas também do ponto de vista da crise social e econômica, que o alongamento da Covid-19 produz”.

A chefe do Executivo detalha sobre a saída de Juiz de Fora do programa ‘Minas Consciente’, elaborado pelo Governo estadual. Segundo ela, a decisão foi tomada pela identidade de sua gestão, que é ampla participação social:

“Na conversa que nós tivemos, para a cidade, nós entendemos que a gestão local ela produz uma sintonia mais fina, do que aquela que decorre de categorias muito gerais, que são boas para o estado inteiro. Mas são menos eficientes se a gente considera como realidade local. Tanto a sanitária, que é naturalmente dinâmica, quanto a social e econômica. Em uma cidade como Juiz de Fora hoje, 70% da força de trabalho está empregado na área de serviços. Então é muito diferente por exemplo, fazer esse tipo de avaliação para uma outra cidade que seja eminentemente industrial” explica.

Ainda a respeito do atual cenário do Coronavírus pelo município, Margarida fala sobre o que pode decretar o lockdown e também sobre a chegada das vacinas, citando que já estava em seu plano de governo, antes de tomar posse na Prefeitura: 

“Com relação ao panorama sanitário, você pode ter o lockdown não por causa de ter essa ou aquela liberdade. Mas pelo fato de no Brasil a vacinação estar sendo feita a conta-gotas, você corre o risco real de ter por exemplo o advento de uma nova cepa, mais virulenta da pandemia, como já aconteceu em outros lugares no mundo. A marca que nós imprimimos ainda antes de eu tomar posse, é que a nossa prioridade era a vacina. Inclusive nós tínhamos reservado recursos para comprar um milhão de doses. Só não fizemos isso por conta da incidência do Governo Federal, que resolveu por conta própria fazer a gestão dessa escassez, pois a essa altura já deveríamos ter um número muito maior de doses no Brasil” detalha.

Ponto facultativo no Carnaval

Na última quinta-feira (28), a Prefeitura havia publicado um Decreto que revoga o ponto facultativo durante o Carnaval, nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro deste ano. Segundo o Executivo, tal medida visa diminuir índices de contaminação e letalidade do Coronavírus, como explica Margarida:

“Eu quero dizer a vocês que os dados são absolutamente meridianos. A cada feriado prolongado, você tem uma sucessão de 10 ou 12 dias, um pico da pandemia. Tivemos isso em outubro e novembro, que foi exatamente o que levou, mesmo com a ‘Onda Vermelha’, que você tivesse esse patamar mais elevado da pandemia na cidade. Então seria uma irresponsabilidade da nossa parte que estamos fazendo gestão sanitária, tanto a administração completa da área social e econômica. Então promovemos essa ação do Carnaval, que leva a aglomerações, viagens e socialização. Nesse momento essas atividades não são recomendadas”.

Retomada das aulas

Outro assunto abordado pela mandatária, foi sobre o retorno de atividades presenciais nas escolas do município. Ela informa que já foi procurada pelos empresários: “Eu não tenho ainda um programa construído para discutir esse assunto. Na hora que tivermos uma proposta elaborada, nós vamos divulgar”.

Sintonia com a atual Legislatura

Margarida Salomão destacou também o entrosamento com a atual da Câmara Municipal, assim como a votação do projeto de reorganização administrativa da PJF:

“Eu considero que seja um dos pontos fortes da nossa gestão que é a excelente relação com a Câmara, não apenas com a mesa do presidente Juraci Scheffer (PT), mas como um todo. Essa proposta que nós encaminhamos foi votada em um prazo muito breve, pela elevada compreensão dos vereadores e vereadoras e a votação foi unânime”. 

Orçamento da cidade

Outro assunto importante destacado por Margarida foi o orçamento de Juiz de Fora, que atualmente apresenta déficit avaliado em R$ 71 milhões e a expectativa é de queda na arrecadação ao longo do ano de 2021:

“A Prefeitura paga hoje R$ 550 mil de aluguéis por mês. Isso pra falar de um dos gastos que podem ser equacionados de uma forma produtiva. Então nós estamos trabalhando tanto nessa área de otimização, de redução de despesas quanto para melhorar a arrecadação. Nós tivemos uma campanha do IPTU bem sucedida. Então vamos trabalhar com competência que caracteriza nosso Secretário de Fazenda na sua articulação com todas as áreas da Prefeitura, para equacionar esse déficit” conclui.




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