Um documento publicado pelo Grupo de Modelagem Epidemiológica para a COVID-19, formado por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), aponta que os próprios autores da pesquisa, defendem a adoção de medidas mais rigorosas, para combater a pandemia da Covid-19 no município.
Conforme os dados elaborados pelos pesquisadores, bem como de análises científicas, o cenário na cidade está fora de controle, destacando perigo para a circulação de uma nova variante do Coronavírus. As estatísticas apontam que a incidência semanal acima de 175 novos casos para cada 100 mil habitantes; a frequência elevada de registro de óbitos; e a taxa de 82% de ocupação de leitos de UTI.
“Neste cenário atual, não são aconselháveis quaisquer medidas de flexibilização que possam favorecer a redução do distanciamento social. Estamos estudando os possíveis impactos da saída do município do Programa Minas Consciente na evolução epidemiológica da pandemia, assim como as novas propostas de indicadores e ondas do decreto municipal publicado e ainda em desenvolvimento”, acordam os pesquisadores. “Ressaltamos a importância de que todas as medidas de enfrentamento da pandemia por parte das autoridades sejam definidas a partir de evidências obtidas através de estudos científicos e a partir da análise estatística dos dados.”
Na visão dos autores da pesquisa, não existem até então, opções terapêuticas que sejam eficazes perante o tratamento da doença. Citam também as limitações referentes à quantidade de doses da vacina, disponível para a população:
“Recomendamos a ampliação do rastreamento e monitoramento de contactantes e massificação dos testes de confirmação da infecção, com efetivo isolamento das pessoas infectadas e a quarentena dos contatos, o que não tem sido feito. Também defendemos uma consistente execução do plano de imunização anunciado, a partir das vacinas e dos insumos disponibilizados ao município pelo Plano de Imunização Nacional.”
Os pesquisadores recomendam que seja feita a divulgação de informações sobre a pandemia, cujo trabalho deve ser feito tanto pelas autoridades de saúde quanto pelos meios de comunicação. Tais informações devem conter não apenas a ocupação de leitos e enfermarias, como também quais são as possíveis sequelas dos quadros moderados e graves da doença, bem como o atual número elevado de casos e de vidas perdidas.