O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, ficou em 0,78% em janeiro, após registrar 1,06% em dezembro de 2020. Esse é o maior resultado para um mês de janeiro desde 2016, quando o índice foi de 0,92%. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,30%, acima dos 4,23% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2020, a taxa foi de 0,71%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (26) pelo IBGE.
A energia elétrica, que passou de uma alta de 4,08% em dezembro para 3,14% em janeiro, foi o item que, individualmente, mais impactou o IPCA-15 deste mês (0,14 p.p.). Com isso, o grupo Habitação teve alta de 1,44% e foi o segundo maior impacto entre os grupos. Em janeiro, passou a vigorar a bandeira tarifária amarela, em que há acréscimo de R$1,34 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Em dezembro, estava em vigência a bandeira vermelha patamar 2, com custo de R$ 6,24 para cada 100 kWh consumidos. Ainda no grupo Habitação, o segundo maior impacto veio do gás de botijão (2,42%), que teve alta pelo oitavo mês consecutivo.
A desaceleração do índice do mês também é explicada pela queda no preço das passagens aéreas (-20,49%) e pelas altas menos intensas de alguns itens alimentícios, como as carnes (1,18%), o arroz (2%) e a batata inglesa (12,34%). A desaceleração desses itens influenciou o grupo Alimentação e bebidas, que passou de uma alta de 2% em dezembro para 1,53% neste mês e foi o principal impacto entre os nove grupos que compõem o IPCA-15. Já as frutas subiram 5,68% e contribuíram com o maior impacto entre os itens pesquisados no grupo. O tomate recuou 4,14% no mesmo período.
Nos Transportes, que é o grupo com segundo maior peso no IPCA-15, houve desaceleração de 1,43% em dezembro para 0,14% em janeiro. Isso ocorreu tanto pela queda nos preços das passagens aéreas quanto pela alta menos intensa da gasolina, que passou de 2,19% em dezembro para 0,95%. Também tiveram alta os automóveis novos (0,92%) e usados (0,88%) e os transportes por aplicativo (8,72%).
Houve alta também nos preços das roupas masculinas (1,17%), femininas (0,89%) e infantis (0,63%), além dos calçados e acessórios (0,58%). Com isso, o grupo Vestuário variou 0,85%. No caso dos Artigos de residência (0,81%), as maiores contribuições vieram dos eletrodomésticos e equipamentos (1,51%) e de mobiliário (0,69%).
A alta dos itens de higiene pessoal (1,20%), que contribuíram com 0,05 p.p. no resultado do mês, foi o destaque no grupo Saúde e cuidados pessoais (0,66%). Além disso, a fração mensal do reajuste anual, que havia sido suspensa em 2020, foi incorporada no item plano de saúde (0,66%).
Todas as regiões pesquisadas tiveram alta em janeiro. O maior índice foi observado na região metropolitana do Recife (1,45%), principalmente por causa das altas nos preços da gasolina (5,85%) e da energia elétrica (4,55%). Já Brasília teve o menor resultado (0,33%), influenciado pela queda nos preços das passagens aéreas (-29,20%).
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 12 de dezembro de 2020 a 14 de janeiro de 2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de novembro a 11 de dezembro de 2020 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Fonte: Agência IBGE