Prefeitura promove live “A vida com HIV na atualidade: avanços e desafios”

No “Dia mundial de luta contra a Aids”, 1° de dezembro, o Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids) da Secretaria de Saúde (SS) promove apresentação ao vivo (live) com técnicos e ativistas, às 19 horas, com abordagens em torno do tema “A vida com HIV na atualidade: avanços e desafios”. O evento será transmitido pela página da Prefeitura no facebook. Serão abordados o dia a dia das pessoas que vivem com o HIV, formas de prevenção e saúde da mulher, entre outros. Os participantes alertam que a epidemia continua. Hoje há 766 mil pessoas vivendo com HIV no Brasil, conforme Relatório de Monitoramento Clínico do HIV de 2019. São 39 mil novos casos de Aids por ano, como consta no Boletim Epidemiológico de HIV/Aids do ano passado.

O jornalista Guilherme Freire, ativista, integrante da Rede de Jovens que vivem com HIV/Aids, afirma que o tema é pouco discutido e ainda cercado de preconceitos e tabus. Os números, segundo ele, mostram que a epidemia não está controlada e nem perto do fim. “São 39 mil novos casos de Aids por ano e as pessoas diagnosticadas continuam sofrendo muito. O Índice de estigma do Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) do 2019 mostra que 64% das pessoas que vivem com HIV/Aids já sofreram discriminação ou estigma alguma vez na vida. Na live do dia 1º vamos poder discutir sobre como é viver com HIV, o que nos leva a esse silenciamento e como podemos garantir acolhimento em políticas públicas e atitudes”, disse ele.

Nathy Reis, ativista, integrante da Rede de Jovens que vivem com HIV/Aids MG+, vai dar seu depoimento, falar das dificuldades enfrentadas, dos benefícios do controle da saúde e dos desafios. No Dia mundial de luta contra a Aids ela pondera: “Por que não falar sobre perspectivas de vida e renovação de conceitos, pensar nos seus próprios (pré) conceitos? Na maioria das vezes, prejudicamos nossa qualidade de vida por circunstâncias como estigma, construção de pensamentos que geram limitações em diversas situações”.

Os jovens de 15 a 29 anos representam um quarto da população brasileira e concentram mais de 50% dos novos casos de HIV no Brasil. Essa informação leva o técnico da área de prevenção do Ministério da Saúde (MS), Diego Callisto, que vive com o vírus, a afirmar que o desenvolvimento de políticas de saúde voltadas para esse público é da maior importância.

Desde o início da epidemia, o uso do preservativo tem sido a principal estratégia para a prevenção no país. Ao longo dos anos, alternativas começaram a ser recomendadas como política pública. Há um conjunto de intervenções biomédicas e comportamentais que podem ser usadas de forma combinada. O técnico em prevenção esclarece, entretanto, que essas estratégias precisam de intervenções estruturais na sociedade que garantam sua efetivação. Diego ainda pondera que leis e marcos legais de promoção e defesa dos direitos humanos e políticas públicas que garantam a implementação e acesso são essenciais para o sucesso da prevenção combinada no controle da epidemia, em especial nas populações em maior vulnerabilidade.

Ele está consciente dos impactos da pandemia de covid-19 no acesso ao tratamento antirretroviral, uso de profilaxias de prevenção, como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), retirada de preservativos e realização de testagem, mas passou uma mensagem de esperança, “para que as pessoas fiquem confiantes de que tudo isso vai passar e que, assim como eu, que vivo com HIV e venci a covid 19, muitas pessoas também vão superar esses desafios e se apoiar mutuamente”.

A saúde da mulher será o foco da fala de Narjara Parreira, estudante de psicologia, pesquisadora e ativista do HIV/Aids, que trata a questão envolvendo controle do corpo, machismo e patriarcado. Ela observa que a mulher se preocupa com a saúde de modo geral, porém isso não engloba sexualidade feminina, que continua sendo um tabu. A procura de atendimento nessa área é vista como um afronta ao marido, ao companheiro. Ela fala sobre os casos de homens casados que se contaminam em relações extraconjugais, fazem o tratamento e não comunicam às suas mulheres, que acabam sendo contaminadas. Quando descobrem, muitas vezes a doença já está em estágio avançado. Apesar dessa realidade, Nayara não vê alertas sobre a situação da mulher casada e nota que a estrutura se mantém em torno de prostitutas e homossexuais, o que ela entende que precisa mudar.

Fonte: Assessoria




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