Durante esta quinta-feira (26), milhões de argentinos, sendo apaixonados por futebol ou não, foram à Casa Rosada em Buenos Aires, para se despedir de Diego Maradona, que morreu aos 60 anos, após sofrer parada cardiorrespiratória.
Conforme autoridades locais, aproximadamente um milhão de pessoas se aglomeraram no local. Entretanto, o número gerou polêmica, levando em consideração a pandemia do Coronavírus. Na Argentina, o governo determinou as suspensões das aulas e uso exclusivo de transporte público para quem presta serviços essenciais.
Além disso, o velório do ex-craque teve de ser interrompido, por conta das confusões entre o público e a polícia. O corpo ficaria na Casa Rosada até às 19h desta quinta, mas foi transferido para o cemitério Jardín Bella Vista. Para conter a confusão, os policiais tiveram de usar gás lacrimogêneo e balas de borracha.
No lado de fora da Casa Rosada, haviam pessoas vendendo máscaras, camisas e fotos com o rosto ou nome de Maradona, bem como as cores da bandeira argentina. O torcedor argentino, Gonzalo Vera, 21 anos, fala sobre a importância do ex-jogador para a nação e também aos clubes:
“Sou um torcedor do Racing, mas, para mim, isso transcende o que os clubes são. [Maradona] é a Argentina, ele é o povo. É basicamente tudo para mim”.
A morte do ex-jogador rendeu comoção e homenagens pelo mundo inteiro. Figuras futebolísticas fizeram postagens em redes sociais, bem como o Papa Francisco.
No território argentino, os clubes acenderam os holofotes dos seus estádios, exatamente às 10h da noite, uma vez que foi a numeração utilizada por Diego.
Campeão do mundo pela Argentina em 1986, Maradona é considerado por muitos, como um dos melhores jogadores da história e também como o maior do futebol argentino. Em sua carreira, teve passagens por Argentinos Juniors, Barcelona, Napoli, Sevilla, Newell’s Old Boys e Boca Juniors. Ele encerrou sua carreira em 1998 pelo próprio ‘xeneise’, que é seu time de coração.
Pela Seleção da Argentina, disputou 91 jogos, com direito a quatro participações em Copas do Mundo (1982, 1986, 1990 e 1994), além do título conquistado no México em 86, no qual o jogador teve atuações magníficas. Em sua última aparição em Copas foi nos Estados Unidos, porém ele foi afastado da competição, após ser pego no exame antidoping, ainda na fase de grupos.
Carreira como técnico
Após se aposentar dos gramados, Maradona fez intensa reabilitação, para tratar da dependência química. Posteriormente, se aventurou como técnico de futebol e seu primeiro trabalho foi justamente com a Albiceleste, na Copa do Mundo de 2010 na África do Sul. Apesar de ter vencido todos os quatro jogos disputados na competição, a Argentina foi goleada por 4×0 para a Alemanha nas quartas de final.
Depois, o Pibe passou por Al-Wasl e Fujairah, dos Emirados Árabes. Em 2018, comandou o Dorados, do México, e teve seu último trabalho no Gimnasia de La Plata, ainda neste ano.