O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), coletou amostras de sangue em 485 bovinos de 97 propriedades rurais do estado para inquérito soroepidemiológico. Coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o estudo tem objetivo de estimar o percentual de cobertura imunitária alcançado pelas campanhas de vacinação contra febre aftosa realizadas em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A análise faz parte de compromissos de certificação sanitária firmados com mercados importadores, particularmente com a União Europeia (UE). O material coletado está sendo encaminhado para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Metodologia
A metodologia utilizada segue estratégias de estudos anteriores e o “Manual de Diretrizes para Monitoramento da Vacinação e Pós-Vacinação de Febre Aftosa”, elaborado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO).
Médico veterinário do IMA e coordenador estadual do Programa de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, Natanael Lamas Dias explica que o estudo foi estruturado para avaliar, por meio de amostragem, a cobertura imunitária utilizando anticorpos contra os sorotipos O e A do vírus da febre aftosa na população bovina vacinada.
“As propriedades foram selecionadas por amostragem aleatória considerando a probabilidade proporcional ao tamanho do rebanho. O quantitativo de cinco animais por propriedade foi escolhido de maneira que se pudesse atingir os parâmetros estatísticos”, informa.
Dados
A colheita das amostras foi feita em outubro, antes da segunda etapa anual da campanha contra a febre aftosa, que teve início em 1/11. As informações foram apuradas por médicos veterinários do IMA, em entrevistas com os proprietários das fazendas ou responsáveis pelos animais.
Entre as informações registradas no Sistema de Gerenciamento de Estudos Epidemiológicos (Sigep) estão a identificação da propriedade e do proprietário dos animais; a quantidade de bovinos nos rebanhos susceptíveis à febre aftosa existentes; últimos registros de vacinação; instalações disponíveis nas propriedades que favorecem as práticas de vacinação; e dados sobre os animais amostrados, tais como faixa etária, sexo, número estimado de vacinações e origem.
Na primeira etapa anual da campanha contra a febre aftosa, realizada entre maio e julho no estado, o índice de cobertura da imunização de bovinos e bubalinos fechou em 97%, de acordo com as declarações enviadas ao IMA por mais de 350 mil produtores rurais. Vale lembrar que, nesse caso, são consideradas todas as propriedades cadastradas no IMA, cujos rebanhos somam cerca de 23 milhões de animais.
Segunda etapa
Minas Gerais possui reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa com vacinação, obtido junto à OIE. A segunda etapa anual de vacinação contra a doença segue até 30/11. Devem ser vacinados bovinos e bubalinos de zero a 24 meses. Nesta etapa, a expectativa é que sejam imunizados cerca de 10 milhões de animais em todo o estado com o objetivo de preservar a sanidade dos rebanhos e manter o compromisso com o agronegócio.
O prazo para comprovar a vacinação termina em 10/12. Para facilitar a localização da propriedade, o IMA recomenda o envio do Cadastramento Ambiental Rural (CAR) no momento da declaração. Para mais segurança e comodidade, em razão da covid-19, o produtor pode realizar a comprovação usando o formato eletrônico de declaração disponível em www.ima.mg.gov.br ou, caso tenha cadastro, acessando o Portal de Serviços do Produtor.
Outra opção é o envio da declaração para o e-mail da unidade do IMA correspondente ao município. O e-mail de cada unidade está neste link. Nas cidades autorizadas a abrirem as unidades, as declarações podem ser emitidas presencialmente.
Fonte: Agência Minas