60% da frota de ônibus da GIL está em circulação pelo município

A Secretaria de Transportes e Trânsito (Settra), informa que 60% da frota dos ônibus da empresa Viação Goretti Irmãos Ltda (GIL), está em circulação pelas ruas de Juiz de Fora nesta terça-feira (3). Na última sexta-feira (30), cerca de 600 trabalhadores  paralisaram suas atividades pelo município, por conta do não pagamento das parcelas de tíquete-alimentação

No sábado (31), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), orientou a manutenção de pelo menos 30% dos funcionários em atividade, para que garantisse atendimento para toda a população da cidade. Na segunda-feira (2), o  Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Juiz de Fora (Sinttro-JF), anunciou que a Justiça emitiu uma liminar, para que 30% dos ônibus estivesse em circulação, como previsto em Lei. Por conta disso, mais da metade da frota retomou as atividades.

A Settra informou ainda que todas as linhas que foram afetadas pela greve dos funcionários, estão sendo atendidas, mas de forma reduzida. Diante disso, as vans escolares foram autorizadas para auxiliar no transporte de passageiros.

As respectivas linhas atendidas pela GIL são: Floresta, Caeté, Jardim Esperança, Retiro, Terras Altas, Sarandira, Alto Grajaú, Nossa Senhora Aparecida, Vitorino Braga, Parque Burnier, Bom Jardim, Linhares, Santa Cândida, Aracy, Grajaú, São Sebastião, São Benedito, Vila Alpina, São Bernardo e Nossa Senhora de Lourdes.

Quitação dos débitos

De acordo com o presidente do Sinttro, Vagner Evangelista, a GIL ainda não quitou os débitos pendentes, referentes às parcelas do ticket de alimentação de todos os trabalhadores, dentre eles, os que atuam no setor de manutenção dos veículos e no escritório. O Sindicato deve se reunir nesta quarta-feira (4), com o Ministério Público do Trabalho (MPT-MG), para buscar soluções no impasse envolvendo a GIL.

Circulação de vans escolares

A Settra informa que foi publicada na manhã de sexta, o documento que autoriza a circulação de vans escolares, para auxiliar no transporte de passageiros, para os respectivos bairros citados anteriormente. O transporte estará em circulação enquanto durar a greve, total ou parcial.

A medida que foi estabelecida no mês de julho, prevê que “os veículos autorizados a prestar o transporte complementar devem estar devidamente cadastrados na Settra, observando-se a legislação em vigor referente ao transporte escolar”. Além disso, o valor cobrado será de R$ 3,75, mesmo adotado nos ônibus coletivos.

Além disso, a Settra determina que “todos os veículos devem circular com adesivos de autorização, podendo utilizar as faixas exclusivas para o TCU e usando obrigatoriamente os pontos destinados ao embarque e desembarque de passageiros, não sendo permitida a parada fora destas áreas”. Foi determinado também que os veículos que não se enquadram nos requisitos, estão proibidos de circularem pela cidade. 

Paralisação em agosto

No dia 18 de agosto, motoristas e cobradores de todas as empresas do Transporte Coletivo Urbano (TCU), entraram em greve, após serem recusadas as propostas de redução das cestas básicas e também do corte de 50% dos salários. 

A categoria reivindicou também a manutenção de no mínimo, 70% da jornada de trabalho e dos salários atuais, uma vez que as concessionárias teriam proposto corte de 50% das horas trabalhadas. Diante da situação, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) autorizou às vans escolares de transportarem passageiros, como previsto em Decreto, no mesmo valor da tarifa de ônibus, R$ 3,75. Ao todo, cerca de 260 veículos estiveram em circulação no município.

A greve foi encerrada no dia 26 do mesmo mês, após ambas as partes chegarem a um acordo e os trabalhadores do transporte coletivo concordaram com: redução do ticket alimentação em 10%, retirada de alguns itens da cesta básica, estes até junho de 2021. Redução da jornada de trabalho para no mínimo 60%, suspensão do abono de férias e gratificação por antiguidade e programação de discussão do índice de reajuste, estes para janeiro de 2021.

Nova greve em setembro

No dia 15 de setembro, os motoristas e cobradores da GIL, paralisaram novamente suas atividades, desta vez por conta da suspensão do pagamento do plano de saúde. Contudo, os veículos voltaram a circular na manhã seguinte.

Crise nas empresas de ônibus

Por conta da pandemia do novo Coronavírus, as empresas de ônibus do município têm dívidas de R$ 7 milhões desde o mês de março, conforme a Astransp. Segundo informações dos consórcios, desde outubro de 2019, o número de passageiros pagantes ultrapassou a marca de 7 milhões. Já em março e abril deste ano, o número caiu para 4,9 e 2,2 milhões respectivamente.

Diante disso, as empresas alegam que a queda de usuários nos ônibus gerou desequilíbrio financeiro e no contrato de recessão. Além disso, os representantes já se reuniram com a Prefeitura de Juiz de Fora, para negociar reequilíbrio financeiro dos contratos de concessão do transporte.




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