Daniel Dias fala sobre legado e expectativas para sua quarta edição dos Jogos Paralímpicos

O maior medalhista brasileiro em Jogos Paralímpicos com 24 medalhas, o nadador Daniel Dias (classe S5) se prepara para disputar a quarta edição dos Jogos na sua carreira. Mas Daniel é muito mais do que um atleta. Ele também é marido, pai e um modelo para aspirantes a atletas.

Em entrevista ao Comitê Organizador dos Jogos Tóquio 2020, adiados para o ano que vem, Daniel falou sobre o tipo de legado que espera deixar. “Algo que experimentei no Rio foi que um garoto sem qualquer deficiência me disse ‘Daniel, você é um grande modelo para mim’”, disse ele. “E isso me faz sentir algo muito especial porque uma criança sem deficiência me via como um modelo a seguir [e] um exemplo e o esporte fez isso acontecer. Aquele garoto não me viu por causa de minha deficiência, mas por meu espírito – e o que eu posso fazer, e acho que isso é um legado”, disse o nadador de 32 anos.

Mantendo-se em forma para a quarta Paralimpíada

Começando a nadar depois de se inspirar no compatriota brasileiro Clodoaldo Silva em Atenas 2004, Daniel fez sua estreia paralímpica nos Jogos de Pequim 2008 quando tinha apenas 20 anos.

A partir daquele momento, nada impediu o nadador, que passou a causar um impacto instantâneo ao ganhar sua primeira medalha paralímpica – uma de ouro – nos 100m livre masculino S5. No final, ele deixaria a República Popular da China como o atleta mais condecorado dos Jogos, ganhando um total de nove medalhas, sendo quatro de ouro.

Suas proezas continuaram nos Jogos de Londres 2012 ao ganhar seis medalhas de ouro e quebrar vários recordes mundiais. Nos Jogos Rio 2016, em casa, ele ganhou nove medalhas, sendo quatro de ouro.

No entanto, após quase 12 anos competindo no mais alto nível, como um atleta continua a se esforçar para ser o melhor? O que é que os move? Bem, para Daniel, a resposta é simples:

“A minha motivação é poder melhorar o tempo todo e mostrar que posso ir mais longe, ter melhores recordes”, disse o nadador.

No mês passado, seria a Cerimônia de Encerramento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e outro ciclo de quatro anos até o Paris 2024 teria começado. Em vez disso, os atletas em todo o mundo tiveram que se reorientar com o adiamento dos Jogos com mais 12 meses de treinamento.

Quando a pandemia COVID-19 atingiu o Brasil, centros de treinamento em todo o país fecharam em meados de março para conter a propagação do vírus, incluindo o Centro de Treinamento Paralímpico em São Paulo.

Para o natural de Campinas (SP), uma das partes mais difíceis foi não poder usar a piscina para treinar. “Eu me senti como um peixe fora d’água”, explicou ele, “tenho feito outros [tipos de] treinamento, mas não era a principal coisa que eu poderia fazer como nadador”.

Mas ele agora está de volta à piscina e se preparando para uma virada na sua quarta participação em Jogos Paralímpicos em Tóquio 2020. “Este é o meu quarto Jogos Paralímpicos, por isso parece muito especial em qualquer caso. O mundo inteiro está enfrentando uma situação difícil e os Jogos devem ajudar a mostrar que nós o superamos.”

Emoção para Tóquio 2020

Assim, enquanto a contagem regressiva avança, os atletas aguardam ansiosamente para entrar no Estádio Nacional para a cerimônia de abertura em 24 de agosto de 2021.

Em Tóquio, Daniel, que detém seis recordes mundiais, busca recomeçar onde terminou no Rio há quatro anos, mostrando sua dedicação e que está no auge da forma na piscina do Centro Aquático de Tóquio.

“Os Jogos Paralímpicos, para mim, são algo único e incrível de se participar. Como atleta, não devo estar muito animado, mas estou muito animado para o ano que vem. E todos os Jogos Paralímpicos de que participei me sinto igual, dessa vez não será diferente do passado. Estou ansioso para ter aquele momento novamente”, contou.

E com a aproximação dos Jogos, o nadador compartilhou uma mensagem para a comunidade paralímpica. “Então, gostaria de dizer para que todos se concentrem, treinem muito, os Jogos estão chegando e deem o seu melhor, mas continuem sempre sorrindo.”

Fonte: Assessoria




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