Após 7 anos trabalhando como chefe de equipe da Williams na F1, Claire Williams anunciou nesta quinta-feira (3), que deixará o comando do time a partir do GP da Itália, neste domingo (6). Recentemente, um dos times mais tradicionais da história da categoria, foi vendido para o grupo americano Dorilton Capital.
Filha do lendário e fundador Sir Frank Williams, Claire entrou para a equipe em 2002, trabalhando dentro da área de comunicações. Posteriormente em 2012, foi promovida para o conselho da equipe como diretora comercial e de marketing antes de assumir o comando geral da equipe em 2013. Entretanto, os recentes problemas financeiros fizeram com que a Williams andasse no final do grid e ainda não pontuou na temporada 2020.
Enquanto estava no comando, Claire foi nomeada como uma Oficial da Ordem do Império Britânico (OBE) na Lista de Honras do Aniversário da Rainha Elizabeth no ano de 2016, em reconhecimento aos seus serviços à F1. Além disso, tem trabalhado para promover uma maior diversidade de gênero no esporte, ao mesmo tempo que promove a engenharia para a próxima geração.
Em comunicado oficial, Claire fala sobre a decisão de deixar o comando da Williams e comenta sobre a venda para o Dorilton Capital, que para ela foi algo necessário, uma vez que o time passa por uma grave crise financeira, sendo esta a pior de sua história. Veja abaixo a nota completa:
“É com o coração pesado que estou me afastando do meu papel na equipe. Esperava continuar minha gestão por muito tempo no futuro e preservar o legado da família Williams para a próxima geração. No entanto, nossa necessidade de encontrar investimentos externos no início deste ano devido a uma série de fatores, muitos dos quais estavam fora de nosso controle, resultou na venda da equipe para Dorilton Capital. Minha família sempre colocou nossa equipe e nosso pessoal em primeiro lugar, e esta foi a decisão absolutamente certa. Eu sei que neles encontramos as pessoas certas para levar Williams de volta à frente do grid, ao mesmo tempo preservando seu legado.
Tomei a decisão de me afastar da equipe para permitir a Dorilton um novo começo como os novos proprietários. Não foi uma decisão fácil, mas acredito ser a certa para todos os envolvidos. Tive um enorme privilégio de ter crescido nesta equipe e no maravilhoso mundo que é a Fórmula Um. Adorei cada minuto e serei eternamente grato pelas oportunidades que ele me proporcionou. Mas também é um esporte incrivelmente desafiador e agora quero ver o que mais o mundo reserva para mim. Mais importante, quero passar um tempo com minha família.
Gostaria de agradecer ao Dorilton pelo apoio e por compreender minha decisão. Eu também gostaria de agradecer aos nossos fãs que têm ficado conosco apesar de tudo. Nosso pessoal na Williams sempre foi uma família, eles me mantiveram motivados durante os tempos difíceis e é deles que eu sentirei mais falta. É minha esperança genuína que o processo pelo qual passamos traga a eles o sucesso que merecem. E, finalmente, gostaria de agradecer ao meu pai por tudo que ele deu ao time, ao esporte e à nossa família.”
História da Williams na F1
Fundada em fundada em 1969, por Frank Williams, como fornecedora de chassis para outras fabricantes, a Williams virou equipe na F1 nos anos 70. Em 1979, com apoio dos sauditas, o time se tornou uma das grandes potências da história da F1. Desde então, conquistado em 1980 seus primeiros títulos de construtores e pilotos, com Alan Jones. No início da década, a equipe foi bi de construtores (1981) e novamente campeã de pilotos (1982, com Keke Rosberg).
Já em meados dos anos 80 e na década de 90, sob parceria com os motores Honda e Renault, o time foi coroado com os títulos de pilotos em 1987 (Nelson Piquet), 1992 (Nigel Mansell), 1993 (Alain Prost), 1996 (Damon Hill) e 1997 (Jacques Villeneuve). No período, a Williams foi campeã de construtores em 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997. O sucesso da equipe naquele período, se deve a histórica parceria de Frank com o engenheiro-chefe Patrick Head e o projetista Adrian Newey.
Entretanto, a equipe tem um dos capítulos mais tristes da história do automobilismo, que foi a morte de Ayrton Senna no GP de San Marino em 1994. Foi o último carro pilotado pelo tricampeão.