O grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), estudam através de uma rede de pesquisa, as linhagens de Sars-Cov 2 circulantes na região da Zona da Mata, com objetivo de compreender os aspectos epidemiológicos, biológicos e patogênicos do coronavírus na região.
O estudo das linhagens é feito através das amostras colhidas dos testes RT-qPCR para detectar Covid-19. Os referidos testes são feitos em parceria da UFJF com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e todo o processo é feito por intermédio do SUS.
A equipe é a mesma que colocou a UFJF na corrida pela produção da vacina contra o Coronavírus e também é responsável pela coordenação de pesquisas focadas em minimizar o impacto da Covid-19 no sistema respiratório de pacientes graves.
Conforme os pesquisadores, o estudo das linhagens do Sars-Cov 2, irá permitir compreender quais são os padrões de conservação, as alterações genéticas, a evolução no organismo humano, as peculiaridades e a variabilidade do Sars-Cov-2 transmitido na região. Além disso, os estudos permitem adquirir informações cruciais, contribuindo inclusive para adoção de novas medidas de contenção da pandemia do Covid-19.
O pesquisador do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e integrante da rede de pesquisa, Aripuanã Watanabe, explica como que a análise das linhagens é feita durante o estudo:
“Nós fazemos o sequenciamento genético dos vírus circulantes na região para, então, sabermos se eles são iguais aos que circulam em outras localidades do Brasil – ou até mesmo em outros países –, ou se já é possível observar uma linhagem local. Até o momento, não há indicações de que o vírus está sofrendo mutações suficientes para adquirir características mais agressivas ou vantagens replicativas.”
Para o professor e coordenador do projeto, Cláudio Diniz, o cenário atual da pandemia, faz com que os estudos sobre as linhagens do Sars-Cov-2 sejam cada vez mais urgentes “Todas essas são informações cruciais para a formação de políticas de contenção da doença e das consequências relacionadas.”
As linhas de estudo são desenvolvidas com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais, em parceria com profissionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat). Na UFJF, integram a equipe os professores Aripuanã Watanabe, Alessandra Machado, Cláudio Diniz, Vanessa Dias e Vânia Lúcia da Silva, todos vinculados ao Centro de Estudos em Microbiologia (Cemic), parte do ICB da UFJF.