Classificada para a estreia do surf nos Jogos Olímpicos de Tóquio e com chances reais de medalha, a brasileira Tatiana Weston-Webb fará um treino especial nesta terça e quarta-feira (dias 4 e 5), na piscina de ondas BSR Surf Resort, em Waco, Texas, Estados Unidos. Ela terá sessões individuais, visando treinamentos específicos em aéreos, manobra que a atleta quer se aperfeiçoar.
A preparação é uma ação conjunta do Comitê Olímpicos do Brasil (COB) e da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf), visando os Jogos de Tóquio, em julho de 2021. Ainda este mês, no próximo dia 9, Tati volta a competir depois de meses sem disputas devido à quarentena do coronavírus. Ela estará entre os 16 surfistas escalados para o ‘Michelob Ultra Pure Gold Rumble at the Ranch’, evento da World Surf League (WSL) na piscina de ondas criada pelo ícone Kelly Slater, o Surf Ranch, em Leemore, também nos Estados Unidos. Os atletas atuarão em duplas mistas, com transmissão ao vivo pela internet, e a premiação destinada à caridade.
Para Tati, que já teve oportunidade de surfar em Waco, a preparação no Texas é importante, porque essa piscina é reconhecida como um local adequado para o treinamento de manobras aéreas, pelas características de sua onda artificial. A ideia é repetir a manobra para correções e aperfeiçoamento da técnica, através da videoanálise.
Como mora no Havaí, com ondas mais poderosas, ela sabe que precisa se preparar com manobras que podem ser usadas em Tsurigasaki Beach, sede das disputas do surf nos Jogos Olímpicos de Tóquio. “Eu e minha equipe já estamos nos preparando para os próximos desafios, sobretudo os Jogos Olímpicos. Traçamos um plano e estamos descobrindo onde posso evoluir”, ressalta Tati.
Ela também destaca que o treino será bom para chegar no Surf Ranch num ritmo mais forte. “Estava com saudades de competir”, diz Tati revelando o orgulho e satisfação de ser uma das representantes do Brasil na primeira edição do surf nos Jogos Olímpicos. “Sempre sonhei com os Jogos Olímpicos e agora que o surf está incluído, virou realidade e não vejo a hora de estar lá competindo”.
“Quero muito ganhar uma medalha, é um título de muito prestígio. Uma medalha olímpica é algo fora do normal”, reforça a surfista, que apesar de morar no Havaí, nasceu no Rio Grande do Sul e mantém as origens brasileiras. “Mesmo na quarentena não parei de treinar, de surfar, e estou trabalhando forte, pensando muito em Tóquio”, anuncia Tatiana.
Na preparação, ela também conta com o apoio do COB, de forma remota, inclusive com exercícios de fisioterapia, no alinhamento feito com meta nos Jogos. “É super importante esse apoio na vida de um atleta. Sinto que querem o melhor possível para mim e para todos, vejo que acreditam muito no nosso potencial”, fala.
Além dos treinos, Tati aproveitou a pausa forçada da quarentena para outra missão importante em sua vida, ao lado do noivo, o brasileiro Jessé Mendes. “Relaxei e curti o momento de planejar o meu casamento. Nunca ficamos tanto tempo num lugar só. Muito legal ter uma vida de quase casados”, completa.
As disputas do surf nos Jogos Olímpicos de Tóquio estão marcadas para os dias 25 a 28 de julho. Serão 40 atletas, 20 no masculino e 20 no feminino, com o Brasil competindo com força máxima. Tati terá a companhia de Silvana Lima, Gabriel Medina e Italo Ferreira.
Fonte: COB