OMS diz que pandemia do Coronavírus continua fora de controle em Juiz de Fora

O estudo feito pelo grupo de modelagem epidemiológica da Covid-19, composto por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), aponta que os parâmetros feitos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a pandemia do Coronavírus em Juiz de Fora, segue fora de controle. 

O cenário é semelhante na macrorregião sudeste do estado de Minas Gerais. Segundo uma das pesquisadoras, Isabel Leite, os parâmetros razoáveis para controle da pandemia, estão fora dos critérios estabelecidos pela OMS:

“Confrontamos os indicadores de Juiz de Fora e região com os parâmetros que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), são os razoáveis para indicar o controle da pandemia. E nenhum dos nossos indicadores mostra adesão a esses critérios.”

Um dos parâmetros considerados pela OMS é o Número de Reprodução Efetivo (Rt), uma estatística que indica o número, em média, de casos secundários contaminados por um indivíduo com Covid-19. Para que a pandemia esteja sob controle, a OMS diz que é necessário que os valores do Rt sejam persistentemente menores do que 1, por um período de, ao menos, duas semanas. 

Entretanto, esse parâmetro não foi observado tanto em Juiz de Fora, quanto na macrorregião sudeste. Segundo a nota técnica do grupo de pesquisa, o período mais longo com o valor de Rt menor que 1 durou por sete dias em Juiz de Fora, no período entre 9 e 15 de julho. Na macrorregião, a maior duração foi a mesma, entre 10 e 16 de julho. 

Outro parâmetro adotado pelo órgão, é a taxa de positividade dos testes de Coronavírus. Conforme os dados coletados entre 12 e 19 de julho, informados pela Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais (SES-MG), a taxa de positividade era de 32% e 30%, respectivamente, para Minas Gerais e a macrorregião Sudeste do estado, onde está localizada Juiz de Fora. 

Hospitalizações

Outro critério adotado para a produção da nota técnica, é referente à queda do número de hospitalizações, tanto em leitos de enfermaria quanto de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Para Isabel Leite, foi observado na nota técnica, que o número de leitos ocupados está instável, não apresentando uma tendência clara de queda como recomendado:

“A relação de procura por leitos é muito complexa; quando a taxa de ocupação sobe, por exemplo, uma opção do gestor pode ser a ampliação do número de leitos e, naturalmente, a taxa, em uma próxima análise, cairá. Mas isso não quer dizer que não exista o mesmo número, ou até maior, de pessoas que precisam de leitos. Ou seja, a taxa pode cair, mas isso não é o mesmo que dizer que as pessoas não estão mais adoecendo ou precisando de internação.”




    Receba nossa Newsletter gratuitamente


    Digite a palavra e tecle Enter.