“Juiz de Fora atinge recorde semanal desde o início da pandemia, com 626 novos casos” diz relatório do grupo de pesquisa da UFJF

O sexto relatório divulgado pelo grupo de modelagem epidemiológica de Coronavírus, formado por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora), indica que Juiz de Fora “atingiu  recorde semanal desde o início da pandemia, com 626 novos casos”, durante o período entre os dias 28 de junho a 4 de julho. 

Segundo a nota técnica, até o dia 20 de junho, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) informou que o município tinha 1.258 casos confirmados e 46 óbitos. Posteriormente, no dia 4 deste mês, os números evoluíram para 2244 confirmados e 63 óbitos, representando aumentos de 78,4% e 37%, respectivamente. 

O levantamento de dados conta também com a taxa de crescimento do número de casos confirmados em Juiz de Fora e na macrorregião sudeste o qual abrange: Além Paraíba, Carangola, Juiz de Fora, Leopoldina/Cataguases, Lima Duarte, Muriaé, Santos Dumont, São João Nepomuceno/Bicas e Ubá. Segundo o grupo de estudo, a taxa de crescimento em Juiz de Fora é de 3,6% e na macrorregião é de 4,7%. 

Além disso, o estudo indica também crescimento na curva de ocupação nos leitos de enfermaria e UTI no município, mas com pequenas oscilações. Conforme uma das colaboradoras do projeto, Isabel Leite, diz que o padrão de crescimento de casos é mais expressivo do que o de ocupação de leitos e que a maioria dos pacientes infectados são de população economicamente ativa:

“A maior parte dos infectados faz parte da população economicamente ativa, ou seja, mais jovem e, potencialmente, com menos comorbidades. Consequentemente, os serviços de enfermaria e de UTI são menos utilizados por essa população. Dado bom para o sistema de saúde, mas não podemos esquecer o potencial dessas pessoas de disseminar o vírus, inclusive para os mais vulneráveis”.

Controle da pandemia

A nota técnica diz que Número de Reprodução Efetivo (Rt) estimado para Juiz de Fora alcançou o valor de 1,7 no dia 23 de junho, 1,6 no dia 3 de julho e era de 1,5 no dia 4 de julho. Já na macrorregião sudeste, o Rt foi de 1,6 no dia 26 de junho e de 1,2 no dia 4 de julho. 

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), se os valores de Rt estiverem abaixo de 1, significa que é uma das condições para que a pandemia esteja controlada. De acordo com Marcel Vieira, um dos integrantes do grupo e desenvolvedor da Plataforma JF Salvando Todos, a medida indica o número de casos secundários produzidos em média por um indivíduo infeccioso, no meio de uma população onde nem todos são suscetíveis:

“Considera-se, quando combinado com outros indicadores como o número de casos, número de óbitos, taxa de ocupação de leitos, por exemplo, que uma pandemia está sob controle quando o Rt é menor do que 1 de forma persistente.”

Número de casos confirmados supera previsões anteriores

Segundo a nota técnica, o número de casos confirmados no município superou as previsões feitas anteriormente. No último estudo feito pelos pesquisadores, a previsão para o dia 4 de julho foi de 1817 casos, com intervalo de predição de 95% de cobertura dado por (1738; 1952). Porém o observado foi de 2244 casos, uma diferença de 427 casos (23% casos a mais que o previsto). São previstos 3993 casos acumulados até 17 de julho, ou 1749 novos casos desde 4 de julho.




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